“O Brasil precisa definir uma política de estímulo a uma maior formação de poupança interna”, disse o Vice-presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp, Reginaldo José Camilo, em exposição que fez no fórum "A Retomada dos Investimentos e o Mercado de Capitais", realizado pelo IBMEC em Fortaleza. E a melhor forma de alcançar esse objetivo, disse Reginaldo, é incentivar o crescimento do sistema fechado de previdência complementar, que por sua natureza de longo prazo tem condições de oferecer ao País uma poupança estável durante um longo horizonte de tempo.
Entre as medidas de fomento que a Abrapp vem defendendo como forma de o sistema voltar a crescer, Reginaldo citou a extensão dos incentivos, hoje na prática oferecidos apenas às maiores empresas, também às pessoas jurídicas que trabalham no regime do lucro presumido. Lembrou também a proposta de alíquota zero de IR para as pessoas físicas que deixarem os seus recursos acumulando nos planos por mais de 10 anos. Explicou que essa seria uma justa retribuição aos trabalhadores que dessa forma estão poupando no longo prazo e assim oferecendo à economia brasileira os meios para fazer a taxa de investimentos voltar a crescer, condição essencial para a retomada do crescimento econômico.
Reginaldo observou ainda que o crescimento do sistema de fundos de pensão pode contribuir duplamente, uma vez que o aumento da poupança previdenciária dispensaria o Tesouro Nacional ao menos em boa parte de ter de bancar os investimentos na produção via concessão de créditos subsidiados, como um maior número de fundos de pensão em funcionamento retiraria dos ombros da Previdência Social a responsabilidade exclusiva pela preservação da renda do trabalhador na aposentadoria.
“Mas, para que essa poupança seja utilizada da melhor forma, é imprescindível que os gestores das entidades e os agentes do mercado de capitais trabalhem cada vez mais alinhados”, notou Reginaldo.
Fonte: Diário dos Fundos de Pensão, em 01.09.2015.