Por Jorge Wahl
É dura a vida de quem precisa hoje obter informações sobre quem é e como funciona a cabeça do investidor brasileiro. O demandante desse tipo de dado pode ser um acadêmico em busca de insumos para o seu estudo, um executivo de instituição financeira na tentativa de saber mais para poder desenhar um novo produto de investimento, a autoridade de um órgão supervisor às voltas com a elaboração de uma nova norma ou, até mesmo, um dirigente ou gestor de fundo de pensão interessado em conhecer melhor o participante dos planos enquanto investidor. Esse quadro, no entanto, tem tudo para mudar no primeiro semestre de 2017.
Isso porque a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), segundo o Presidente de seu Comitê de Educação de Investidores, Aquiles Mosca, está construindo uma central de informações, de fato uma base de dados centralizada e disponível na internet sobre o investidor e seu comportamento. A iniciativa está destinada a corrigir dois problemas, sendo um deles a variedade de fontes a serem consultadas e, o segundo, a dispersão de locais onde as informações podem ser encontradas. A intenção agora é concentrar tudo em um único lugar.
Significado para os fundos de pensão - Para dirigentes e outros profissionais de fundos de pensão, acredita Aquiles, vai significar conhecer melhor o perfil sociodemográfico de seu participante, comportamento enquanto investidor e seu processo decisório. “De alguma forma as informações que estarão disponíveis se encaixarão em um desses 3 casos”, observa ele.
Diferentes entidades deverão celebrar convênios com a Anbima, envolvendo apoio e fornecimento de dados, algo que será também proposto à Abrapp. O número de apoiadoras da iniciativa deverá ficar em torno de duas dezenas de entidades representativas de diferentes segmentos que se encontram no mercado.
Maio de 2017 - A intenção é tornar a base de dados disponível em maio de 2017, coincidindo com o congresso anual da Anbima. A fase atual dos trabalhos é de criação da ferramenta de internet e do aplicativo a ser utilizado nas consultas.
O novo portal estará aberto ao público em geral, mas destina-se em geral não ao investidor, mas sim aos profissionais que lidam com ele e que ali encontrarão insumos para a tomada de decisões melhor fundamentadas.
Fonte: Diário dos Fundos de Pensão, em 15.07.2016.