“O maior problema que vamos todos estar enfrentando nos próximos 5, 10 e 20 anos será a escassez de retorno. Essa é a questão que vai dominar nosso pensamento na indústria de fundos ", diz Hugh Prendergast, Diretor de Produtos e Marketing Estratégico para a Europa Ocidental e Internacional da Pioneer Investments, ao ser entrevistado pela Investments & Pension Europe (IPE).
Retornos modestos em uma variedade de classes de ativos e um ambiente econômico comprimido vão deixar para os investidores um desafio de como manter o rendimento quando tantas fontes tradicionais de renda estão secando.
O um envelhecimento demográfico, a dívida pública crescente e o aumento da regulação, elementos que por definição são algo que vão além do domínio de um mero ciclo econômico, irão moldar as perspectivas e comportamento dos investidores por um longo período.
"O envelhecimento da população tem levado a um aumento da demanda por soluções de investimento estáveis que proporcionem renda", diz Prendergast. "A quantidade de pessoas que vão exigir renda para cumprir suas responsabilidades e passivos irá aumentar e, ao mesmo tempo e na mão contrária, tradicionais fontes de renda estarão diminuindo".
Em 1980, havia 9,8 trabalhadores a nível global para cada pessoa aposentada - até 2050, espera-se cair para quatro trabalhadores por pensionista.
"Há um penhasco prestes a ocorrer nos próximos 10 a 20 anos em matéria de aposentadoria ", diz Prendergast. "Esta geração poderá estar subfinanciando o seu próprio benefício. "
No entanto, ao adicionar fontes diversificadas de retorno a uma carteira tradicional, Prendergast explica que os investidores poderão atingir maiores níveis de acumulação de riqueza ao longo do tempo. Carteiras, portanto, devem ser preparadas para atingir menor correlação com classes de ativos tradicionais e resistir à volatilidade.
Daí que a indústria tem visto um grande aumento dos fluxos em estratégias multi-ativos e que buscam alternativas que conservem melhor a liquidez.
De acordo com Prendergast, existe hoje uma maior necessidade de considerar forma de investir que valorizem a mitigação de riscos, a gestão de volatilidade, a diversificação, a não correlação com os mercados acionários e uma maior resistência aos períodos de estresse de mercado.
"Nós acreditamos que o risco tem de ser gerido de diferentes maneiras, usando vários julgamentos e diferentes cenários de análise. O mais importante é que você tem que ter uma visão no comprometimento de capital e manter-se tolerante”, conclui.
Fonte: Diário dos Fundos de Pensão, em 17.09.2015.