Duas semanas atrás, a CNSeg realizou em São Paulo um seminário sobre o Código de Defesa do Consumidor e o setor de seguros. Um dos painéis foi composto pelo Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros, Jayme Garfinkel, presidente da Porto Seguro, e eu, como moderador. Dentro de um painel rico, pelas posições claras expostas pelos dois executivos, a parte que eu quero pinçar pode parecer de pouca relevância, mas pretendo mostrar que não.
Num dado momento, Jayme Garfinkel, narrando uma conversa técnica envolvendo normativos do setor de seguros, disse que pensou mais ou menos o seguinte: “Eu sei que já vi isso, muito tempo atrás. Onde estão os Manuais Técnicos de Seguros para eu poder consultar?”
Esse é o gancho que eu precisei na hora, para dizer que os Manuais Técnicos de Seguros estão vivos e voltam ao mercado completamente redesenhados – para não dizer que são um novo produto - editados pela Editora Roncarati, sucessora da “EMTS - Editora Manuais Técnicos de Seguros”.
Para quem não se lembra bem, ou não chegou a ter contato com os “Manuais Técnicos”, eles foram criados por Humberto Roncarati para facilitar a vida dos operadores de seguros, através da publicação de todas as normas sobre a atividade, sistematizadas em volumes específicos, atualizados periodicamente pela editora, abordando cada um dos ramos de seguros, além da legislação sobre o assunto.
Durante décadas os “Manuais Técnicos” fizeram parte do acervo de todas as seguradoras e corretoras de seguros, não para enfeitar estante, mas como ferramenta de consulta diária, imprescindível para o bom andamento da organização.
Eles eram tão importantes e tão melhores do que tudo que havia que o IRB e a SUSEP, que eram quem editava a regulamentação do mercado, tinham os Manuais Técnicos como instrumental para facilitar a vida de seus funcionários e colaboradores.
Com o fim das tarifas únicas e da regulamentação impositiva feita pelo IRB, e depois da abertura do resseguro, com o mercado livre para desenvolver seus produtos, eles começaram a deixar de ser fonte de consulta obrigatória, muito embora ainda estejam por aí, circulando em várias companhias que se valem deles para escrever o clausulado de suas apólices.
Eram edições com capa verde e depois azul, presas por parafusos que permitiam a sua retirada para a atualização do volumem pela adição ou retirada de normativos a respeito de cada ramo de seguro. Durante mais de 30 anos eles reinaram absolutos. Eram tão valorizados que a premiação do primeiro colocado no curso de formação de corretores de seguros da Sociedade Brasileira de Ciências do Seguro – a coleção completa dos Manuais Técnicos de Seguros – dada pessoalmente pelo presidente da editora, Humberto Roncarati, além do reconhecimento do novo profissional, valia tanto quanto a autorização para ser corretor.
Depois de mais de 2 anos de trabalho intenso, profundo e sistemático, a Editora Roncarati, agora na quarta geração da família, acaba de terminar a montagem do maior banco de dados do setor de seguros.
Mas o produto oferecido não é o velho “Manual” com cara nova, ou apenas um arquivo com milhares e milhares de informações, jogadas de qualquer forma dentro de um computador. Não, o que está sendo colocado no mercado é um produto inteligente, que interage através de palavras chaves, com links unindo diferentes temas, de forma sistematizada, ordenada por assuntos, e modular, o que permite que cada um compre apenas aquilo que lhe diz respeito.
Em outras palavras, o que Editora Roncarati está lançando são os Manuais Técnicos de Seguros do século 21. Em pouco tempo ninguém objetivo trabalhará sem se servir deles.
Antonio Penteado Mendonça
Fonte: http://www.sindsegsp.org.br – Setembro 2012