Cada vez que os profissionais de fundos de pensão se reúnem em um encontro, separados em suas especialidades mas juntos na vontade de construir o melhor futuro possível, o que os une principalmente é o desejo de pela troca de ideias e experiências avançar o mais possível no conhecimento e nas práticas que dele decorrem. Principalmente, acreditam possível detectar o que há de novo surgindo e as tendências que apontam com boas chances de se impor. E essa foi exatamente a linha do 2º Encontro Nacional de TI dos Fundos de Pensão, realizado na semana passada, no Rio de Janeiro, presente perto de uma centena e meia de pessoas e que, ao final, deixou em todos a certeza de que caminhamos tanto na direção do compartilhamento de esforços quanto da computação na nuvem.
Só para alinhar conceitos, compartilhar o desenvolvimento e o uso de softwares é algo que em si mesmo independe do uso da internet, bastando que duas ou mais entidades façam um esforço juntas e em seguida repartam os resultados, cada uma em suas próprias instalações. Já trabalhar na nuvem significa a utilização da memória e das capacidades de armazenamento em computadores e servidores de uso comum, todos interligados por meio da rede mundial. Os dados passam a poder ser acessados de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de programas nos equipamentos da organização. O acesso a softwares, serviços e arquivos é remoto.
É nessa direção que o nosso sistema caminha, segundo ficou claro nos últimos painéis e na mesa-redonda sobre “Tendências e Desafios da TI nos Fundos de Pensão”, quando os debates, moderados por Luciana Roldan de Almeida, integrante da Comissão Técnica Nacional de TI da Abrapp, tiveram a participação de Gilberto Almeida, Sócio da Martins de Almeida Advogados, João Luiz Dellu Siqueira, Gerente de Tecnologia da Informação da Mercer e Vander Antônio Mendes, diretor da ADSPrev.
Mas afirmar que caminhamos na direção do compartilhamento e da nuvem tampouco diz tudo, pois há mais, deixaram antever os profissionais ali reunidos. É que as duas direções podem se fundir numa terceira, dando vida à “nuvem comunitária”, expressão que viria a traduzir um esquema de computação em nuvem exclusiva para fundos de pensão, quer dizer, compartilhada.
Para Luciana, da Funcef, vai ficando cada vez mais claro que essas serão questões que deverão estar entre as principais a serem debatidas pela CTN de TI nos meses que faltam para encerrar este ano e ao longo de 2015.
A empurrar esse debate para frente vai estar o desejo, evidente há muito tempo, de através desse compartilhamento e da nuvem se repartir o uso de produtos e serviços, gerando escala e através dela se cortando custos, ao mesmo tempo em que se assegura o acesso mais imediato ao que existe de melhor. Sem falar que a conversa coletiva com fornecedores e provedores tende a fazer tudo andar mais rápido.
A Gestão Eletrônica de Documentos (GED) é um bom exemplo de onde esse andar coletivo pode nos fazer caminhar mais rápido. Lúcia Alvarenga Barros, diretora adjunta da Montreal Informática, apontou o desenvolvimento de softwares como um caminho que pode ser trilhado, na busca da GED compartilhada.
Para Luiz Paulo Brasizza, Diretor da Abrapp, é preciso não perder de visa que a “computação em nuvem” segue uma tendência mundial. No início pode até ser mais dispendiosa, pelas adaptações que requer, mas a seu ver “tudo fica mais fácil no futuro, em termos de guarda de arquivos e atualização de sistemas”, diz Brasizza, notando que “mais tarde até mesmo os custos tendem a cair”.
O evento, que teve como patrocinador “Premium” a ADS Prev e como apoiadores a Atena Tecnologia, CM Corp, Diligent, Mestra Informática, Novum, Softtek e Trust Solutions, foi marcado também pelo lançamento de uma nova versão do M@pti (Mapeamento de Tecnologia de Informação), em outra iniciativa da CTN TI, Coordenada por Fred Siqueira de Carvalho (Eletros).
Fonte: ABRAPP, em 15.09.2014.