As novas tecnologias, especialmente as redes sociais, tornaram corrente a ideia do compartilhamento. As pessoas e as organizações compartilham como forma de ampliar o conhecimento, ter acesso a novas experiências e, com certeza, reduzir custos economizando na escala, coisas que certamente estão na ordem do dia e em relação às quais é difícil para qualquer pessoa permanecer indiferente. Por isso mesmo estão claramente presentes na agenda temática do 2º Encontro Nacional de TI dos Fundos de Pensão, agendado para 10 de setembro no Rio de Janeiro. No evento, dirigentes e profissionais da área vão ser confrontados com o que há de mais próximo em matéria de compartilhar, o desafio que a “computação em nuvem” lança a todas as organizações.
Em sua maioria os fundos de pensão brasileiros ainda não avançaram na “computação em nuvem”, numa reação vista como natural e que se estende a um grande número de organizações de diferentes tipos e portes, mas especialmente encontrada entre as médias e pequenas empresas. “A nuvem ainda não é de fato a nossa realidade”, resume Fred Siqueira de Carvalho, Coordenador da Comissão Técnica Nacional de TI da Abrapp, esclarecendo que o evento foi desenhado exatamente para oferecer respostas que ajudem a vencer tanta resistência.
As organizações resistem, em primeiro lugar, porque temem perder o controle sobre os seus dados, alguns sigilosos, e mesmo o acesso a eles. É que a computação em nuvem utiliza a memória e a capacidade de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da Internet. Em resumo, tudo que se tem deixa de estar em casa para ficar em algum lugar não informado do mundo.
O armazenamento de dados acontece em servidores que poderão ser acessados de qualquer lugar, a qualquer hora, de diferentes máquinas, não havendo necessidade de instalação de programas ou o armazenamento dos dados nos computadores próprios da organização. O acesso é remoto, através da Internet.
É fácil entender que essa suposta perda de controle sobre os dados gere insegurança e, por causa dela, uma maior resistência.
Mas há também as vantagens, a primeira delas claramente associada à ideia e à prática do compartilhamento. Ao compartilhar, lembra Fred, a organização passa a ter acesso aos recursos mais modernos, permanentemente atualizados, sem que precise investir na compra de novos softwares. A única coisa que precisa comprar é uma assinatura dos serviços de quem os fornece.
“Usar bem tais serviços pode trazer imensos benefícios, considerando o acesso às tecnologias mais atuais sem as restrições enfrentadas normalmente pelas entidades, especialmente as menores, que não possuem os meios para investir no ritmo que a TI avança”, sintetiza Fred, que adiciona ao raciocínio “a brutal redução dos custos”.
Segundo ele, o desejo de uma maior segurança hoje já pode ser satisfeito na nuvem, de vez que os fornecedores de tais serviços oferecem diferentes possibilidades. Um dos caminhos propostos nesse sentido é a entidade se inserir num grau superior de garantias, por exemplo, participando de um grupo menor de usuários. Compartilhando as facilidades com menos utilizadores, com regras mais garantidas num degrau ao qual se poderia chamar de “premium”, o dirigente de fundo provavelmente se sentirá mais confortável.
O passo a passo para se chegar a esse mundo talvez ideal, claro, requer cuidados. Por isso mesmo no evento vai se abrir espaço para a exposição e o debate das questões legais. Enfim, os cuidados que devem ser tomados antes de se assinar um contrato de ingresso na nuvem.
Outra preocupação - No ano passado, o primeiro encontro de TI foi marcado pelo lançamento do “Manual de Boas Práticas em TI”. Em 2014 a CTNti cogita utilizar o evento para avançar mais no que diz respeito às normas e procedimentos, na busca de uma maior padronização.
“Uma das cogitações envolve avançarmos na direção de um plano que garanta a continuidade dos negócios, na linha do que muitas empresas maiores já tem para garantir que não sejam obrigadas a paralisar as suas atividades em razão de uma crise”, adianta Fred.
Para Luiz Paulo Brasizza, Diretor Executivo da ABRAPP e responsável pela CTN-TI, “a computação em nuvem é um caminho sem volta, sendo o próximo degrau de evolução da Tecnologia da Informação”. Ele completa: “neste caso é muito importante a participação das entidades no evento, como forma de antecipar as necessidades para sua implantação de forma segura e transparente”.
Maiores informações e inscrições através do link a seguir: http://sistemas.abrapp.org.br/educaprev/eventos/ti.htm
Fonte: ABRAPP, em 26.08.2014.