Por Ian Chicharo Gastim
Fazer negócios em um cenário em que normas regulatórias tendem a crescer tem "tirado o sono" dos executivos ao redor do mundo. A pesquisa global da Thomson Reuters sobre compliance de 2015, realizada com cerca de 600 empresas, indicou que 70% dos executivos esperam a publicação de mais normas regulatórias neste ano.
No Brasil, a situação não é diferente. De acordo com José Leonélio, responsável pela área de Governança, Risco e Compliance da Thomson Reuters para a América Latina, o decreto federal que regulamentou a Lei Anticorrupção no País impactou a maneira como as empresas devem estruturar suas áreas de gestão de riscos.
"Com a promulgação do decreto, todo o universo de empresas que de alguma forma se relaciona com o governo, em qualquer instância que seja, tem que ter um programa de compliance", afirma Leonélio.
Na visão de Shin Jae Kim, sócia responsável pela área de compliance do escritório Tozzini Freire, na medida em que autoridades estão mais ativas em cumprir regras, empresas que dependem substancialmente da interação com setor público nos seus negócios precisam de um maior acompanhamento das mudanças regulatórias.
"É uma tendência que vai se transformando em realidade, por causa dos riscos inerentes ao complexo ambiente regulatório", afirma a especialista.
O levantamento da Thomson Reuters indicou ainda que mais de 1/3 da empresas gastam um dia inteiro por semana rastreando e analisando mudanças regulatórias. "É um número bem significativo porque mostra que essas mudanças ocorrem com mais frequência do que antes. Não é um mercado estável", afirma José Leonélio, da Reuters.
Fonte: O Estado de São Paulo, em 23.06.2015.