27ª edição da Assembleia da Assal acontece até a próxima quarta, dia 21

Da esquerda para a direita: o secretário Executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Esteves Pedro Conaldo Jr.; o diretor Executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad; o superintendente da Susep, Roberto Westenberger, e o presidente da Assal, Carlos Pavez
De acordo com o superintendente da Susep, Roberto Westenberger, a ideia da realização, no Rio de Janeiro, de edição da Assembleia Anual da Associação de Supervisores de Seguros da América Latina (Assal), começou a ser germinada há exatamente dois anos quando ele, recém empossado em seu cargo, foi convidado por Marco Antonio Rossi, então presidente da CNseg, para participar da edição que seria realizada no Paraguai.
E hoje, dia 18, às 9 horas, teve início, no Hotel Windsor Plaza, em Copacabana, a 27ª edição da Assembleia da Assal, entidade formada por 19 países latino-americanos, que tem Portugal e Espanha como membros convidados e, entre seus objetivos, trocar informações sobre legislação dos mercados, métodos de controle e fiscalização, promoção de cooperação entre seus associados e incentivo à educação financeira.
Presente à mesa de abertura ao lado de Westenberger, o presidente da Assal e superintendente da Superintendência de Valores e Seguros do Chile, Carlos Pavez, reforçou a importância de eventos como esse para a troca de experiências entre os reguladores de um mercado tão ativo e cada vez mais conectado.
Já o secretário Executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Esteves Pedro Conaldo Jr., afirmou que, apesar da força e pujança do mercado segurador brasileiro, “ainda precisamos descobrir como alcançar uma população com renda mais baixa e, para isso, temos que contar com os reguladores para a elaboração de produtos mais flexíveis e acessíveis para esse público”. Como exemplo de caso de sucesso, Esteves citou o seguro popular de automóvel, que permite a utilização de peças usadas no concerto dos veículos segurados e foi recentemente aprovado pela Susep. Outros produtos que podem contribuir para a popularização do seguro, segundo o secretário Executivo adjunto, são o seguro com componente de poupança e o seguro para longevidade.
Substituindo o prefeito Eduardo Paes, que não pôde participar do Seminário no dia seguinte à aprovação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, o diretor Executivo da agência de promoção de investimentos para o Rio de Janeiro, Rio Negócios, Marcelo Haddad, afirmou que a administração da cidade está comprometida com a criação do Polo de Resseguro do Rio de Janeiro e se esforça no sentido de aprender como se dá esse processo, sendo esta uma das razões de sua presença no Seminário.
Presidente da CNseg defende flexibilização da regulação para a criação de produtos para consumidores de baixa renda
Também presente no evento, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, afirmou em depoimento para o Portal CNseg que considerou muito feliz a declaração de Esteves Pedro Conaldo Jr sobre a necessidade de flexibilização por parte do órgão regulador para a criação de novos produtos que sejam adequados aos consumidores de baixa renda. E lembrando o delicado momento que o Brasil atravessa, Marcio afirmou que é exatamente nessa hora que o mercado segurador latino-americano mais pode contribuir com sua criatividade para o desenvolvimento de produtos que possam ajudar na recuperação da economia do continente.
O apoio da IAIS aos reguladores regionais

Conor Donaldson
Após a mesa de abertura, o evento prosseguiu com a palestra de Conor Donaldson, da Associação Internacional de Supervisores de Seguros (IAIS, na sigla em inglês), que falou sobre duas importantes iniciativas da entidade: a definição de padrões para seguradoras globais sistemicamente importantes (GSII, na sigla em inglês) e a avaliação do trabalho da IAIS junto aos reguladores. Em relação a esta última, Conor lembrou que a IAIS não é uma entidade de treinamento, mas de assistência técnica por meio do entendimento das necessidades, desafios e oportunidades dos reguladores, desenvolvendo planos regionais e ferramentas de monitoramento para estes.
Polo de Resseguros do Rio precisa vencer uma série de desafios para se viabilizar

O Polo de Resseguros Regional que se pretende instalar no Rio de Janeiro e que já havia sido abordado na abertura do evento, foi o tema do debate seguinte, contando com a participação de Mike Kreidler, da associação americana de comissariados de seguro; Marcelo Ramella, da Autoridade Monetária de Bermuda; Rodrigo Bottim, da Fenaber, e Marcelo Haddad, da Rio Negócios. (vistos na foto acima e listados no texto em ordem, da direita para a esquerda)
De acordo com Botti, para que esse Polo Regional se concretize com sucesso no Rio, é necessária uma maior estabilidade política e legislativa, além de um ambiente tributário propício e um modelo de transferência de riscos para o mercado de capitais, elementos que não existem atualmente no Brasil. Além disso, citando sua experiência em Bermuda, Marcelo Ramella ressaltou a necessidade de atenção, por parte do regulador, com a transparência dos contratos.
Fonte: CNseg, em 18.04.2016.