Por Jorge Wahl
Dados projetados dão conta que a vertente associativa do sistema fechado de previdência complementar chega aos dias de hoje com perto de 500 instituidores, ao redor de 190 mil participantes distribuídos por 20 planos e reservas sob administração que já beiram os R$ 4,4 bilhões. Esses números foram apresentados pelo diretor-superintendente da PREVIC - Superintendência Nacional de Previdência Complementar, José Roberto Ferreira, ontem, durante reunião do Comitê de Previdência Associativa da Abrapp, integrado por 16 associadas.
Mais do que os números atuais, contudo, chama a atenção as expectativas que cercam a previdência associativa, hoje entendida como uma das vertentes de maior potencial do sistema fechado de previdência complementar. Para José Roberto, para que as previsões se materializem, contudo, não poderá faltar uma boa dose de “inovação”. Também presente à reunião, o titular da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar, Carlos de Paula, por sua vez, lembrou que um dado com certeza favorável é que “as agendas da SPPC, Previc e Abrapp convergem”.
A partir dessa convergência e, conseguindo o sistema não se deixar paralisar pelas atuais dificuldades pelas quais o País passa, Carlos de Paula está certo de que “teremos condições de construir o melhor futuro”. Ele se disse de fato convencido de que “as adversidades podem ser transformadas em oportunidades”.
Carlos de Paula resumiu: “não podemos ficar parados, porque a realidade e as demandas dos participantes, patrocinadoras e instituidores, os atuais e os potenciais, não vão ficar esperando”.
Melhor exemplo - O Presidente da Abrapp, José Ribeiro Pena Neto, apontou a própria reunião que se estava realizando como uma prova de que o sistema não está parado. A própria presença de autoridades do alto escalão, como José Roberto e Carlos de Paula, e a possibilidade que se abria de ambos estarem naquele momento discutindo pontos e esclarecendo outros aos dirigentes em um diálogo que se mostrava amplo, servia como uma poderosa comprovação do esforço que as entidades associativas fazem no sentido de fugir de qualquer acomodação. “De fato, a participação aqui da SPPC e da PREVIC não deixa margem a dúvidas da importância que a Abrapp reconhece nessa vertente de planos instituídos”, completou o Diretor Luis Ricardo Marcondes Martins.
Nesse ponto, José Ribeiro apontou o fato de o diretor Luis Ricardo ser também dirigente de um fundo instituido, a OABPREV-SP, dessa forma sublinhando que o segmento está representado na Diretoria da Abrapp, como reconhecimento de sua relevância para a Associação e para o Sistema.
E os dirigentes de entidades instituídas estão entre os que mais abraçam a ideia da alta qualificação profissional como uma necessidade. Prova-o não só a qualidade do debate travado nessa quinta-feira (17) na reunião do Comitê, mas também a sua representação entre os que se inscrevem em iniciativas do PEC (Programa de Educação Continuada) e nos cursos da UniAbrapp. Luiz Paulo Brasizza, diretor da Abrapp e diretor-presidente da UniAbrapp, lembrou o interesse revelado nesse sentido por advogados ativos no sistema pelas oportunidades oferecidas pela universidade corporativa, sobre a qual fez uma curta apresentação aos integrantes do Comitê.
Mesmo porque, completou Vitor Paulo Camargo Gonçalves, Presidente do Conselho Diretor do ICSS, o estímulo dado à educação continuada, no contexto de um esforço de atualização permanente, é de tudo o mais importante. Algo mais relevante, inclusive, que a própria certificação em si mesma.
Fonte: Diário dos Fundos de Pensão, em 18.03.2016.