Uma percepção aflora das conversas com as empresas potenciais patrocinadoras de planos e mesmo com aquelas que já os têm e, dessa descoberta, renasce com força o sentimento de oportunidade que cerca a proposta de criação do plano Prev-Saúde. O que se percebe hoje e cada vez mais é que as organizações tendem muitas delas a analisar a previdência e a saúde complementares sob um único viés, no pacote de benefícios oferecidos aos empregados.
Em entendimento amplamente compartilhado por outros presentes à reunião realizada na última quarta-feira (27), na Abrapp, Sérgio Ricardo Vasconcelos, diretor-superintendente da Abrilprev, mostrou essa tendência a uma visão convergente sob o rótulo de “benefícios”. Paulo Cidade, da TNS Global, disse que isso sem dúvida será levado em conta nas conversas com as empresas e associações de classe, para fins de uma pesquisa que vai mostrar o que na opinião das organizações as leva a patrocinar ou instituir um plano de previdência complementar. Para Devanir Silva, superintendente-geral da Abrapp, o formato do Prev-Saúde pode ou não continuar sendo do jeito como foi proposto no ano passado, no contexto de grupos de trabalho formados pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) para discutir aprimoramentos nas normas e nos produtos. “O fundamental é voltarmos ao debate sobre o assunto”, nota Devanir.
Na reunião, ficou claro que começa a chegar com maior força às empresas a preocupação em não abandonar ex-empregados no momento em que sentem dificuldades em manter um plano de saúde com um padrão de atendimento ao menos próximo daquele a que estavam acostumados antes. Planos de previdência ajudam, na medida em que mantém a renda na aposentadoria. A adição do Prev- Saúde, no entanto, pode tornar a solução ainda melhor.
Capitalização - Resumidamente, o Prev-Saúde seria, na forma como a Abrapp o entende e propôs, um plano que, administrado por um fundo de pensão, capitalizaria à parte das reservas previdenciárias recursos que ajudarão no futuro a pagar as mensalidades do plano de saúde, sem a incidência tributária.
Um detalhe, o dinheiro seria repassado direto à seguradora ou operadora do plano de saúde. Dessa maneira se garantiria ainda mais o cumprimento do objetivo traçado.
Explosão de custos - Eduardo Correia, consultor da Mercer e diretor da Mercerprev, lembra que a sua empresa de consultoria defende o Prev-Saúde há já algum tempo, uma vez que todos os acompanhamentos feitos mostram os custos da saúde crescendo extraordinariamente. Quem deixa de contar com o plano de saúde da empresa muito provavelmente enfrentará problemas, uma vez que os planos individuais, que acompanham o índice inflacionário, dificilmente são encontrados hoje no mercado. Os que estão disponíveis são os planos coletivos por adesão, que sobem perto do dobro da inflação.
As pesquisas da Mercer mostram que pessoas acima de 60 anos precisarão pagar R$ 800 mensalmente para ter acesso a um plano de saúde básico. Se for executivo provavelmente custará o dobro disso.
“Para fazer frente a uma despesas mensal neste nível a pessoa precisará ter capitalizado um montante de reservas superior a R$ 560 mil”, resume Eduardo.
Fonte: Abrapp, em 29.05.2015.