A Fitch espera que o setor brasileiro de seguros mantenha sua tendência de crescimento em 2015, em linha com a projeção de ligeiro aumento do Produto Interno Bruto (PIB). O incremento dos prêmios, no entanto, provavelmente continuará mais lento do que a média observada desde 2007, pois a expansão econômica deverá ser modesta, afirmou a agência de risco em sua primeira edição de seu “Panorama do Setor de Seguros no Brasil”. A publicação analisa a indústria de seguros no país.
A agência estima que os prêmios cresçam de 7% a 12% em 2015, ante uma média anual de quase 17% de 2011 a 2013 e de 14,1% de 2007 a 2010. Caso haja crescimento mais fraco do PIB ou aumento de desemprego ou inflação, a expansão do setor de seguros será mais baixa que o projetado.
A Fitch lembra que houve moderada recuperação do crescimento de prêmios no terceiro trimestre de 2014, após a acentuada desaceleração de junho de 2013 a junho de 2014. A desaceleração ocorreu em paralelo com a deterioração do desempenho econômico no período.
Em setembro de 2014, o total de prêmios do setor atingiu R$ 40 bilhões (US$ 57 bilhões). A expansão de prêmios em bases anuais foi de 9,1%, ante 3,9% no segundo trimestre de 2014, -4,3% no primeiro trimestre de 2014 e 13,5% em 2013.
Lucratividade do setor
A desaceleração não afetou a lucratividade do setor, pois os resultados técnicos permaneceram amplamente estáveis e o resultado financeiro melhorou. Este se recuperou do segundo semestre de 2013 até setembro de 2014, como resultado da elevação de 375 pontos base das taxas de juros entre abril de 2013 e setembro de 2014. No quarto trimestre de 2014, houve elevação de mais 75 pontos base. A Fitch espera que o resultado financeiro robusto continue sustentando a lucratividade em 2015.
A agência de risco acredita que a capitalização do setor continua adequada, apesar da tendência de elevação nos índices de alavancagem desde 2010 e da carga exercida no capital pelos ajustes de avaliação patrimonial negativos dos títulos disponíveis para venda nos últimos dois anos. A Fitch espera que a tendência de elevação se nivele e que a alavancagem do setor permaneça estável em 2015.
Regulação
De acordo com o panorama, as seguradoras classificadas conseguirão cumprir as duas novas exigências regulatórias com relativa facilidade. A primeira se refere à inclusão de riscos de mercado no capital baseado em risco.
O regulador deve publicar a norma até o fim de 2014, mas possivelmente ela só entrará em vigor no final de 2016. A segunda alteração exige que as seguradoras detenham ativos líquidos elegíveis livres equivalentes a pelo menos 20% do capital mínimo exigido, a partir do fim de 2014.
Fonte: Monitor Mercantil, em 15.12.2014.