
Gustavo Gazaneo, diretor de Investimentos da Petros, durante workshop
A construção das Políticas de Investimentos da Petros é uma frente estratégica, composta por diversas etapas que envolvem estudos aprofundados e debates qualificados. Dada a relevância desse tema na Fundação, já iniciamos o processo de elaboração do documento que norteará nossas diretrizes para a gestão dos ativos dos planos de benefícios no ciclo 2026–2030.
De 17 a 19 de setembro, realizamos a terceira edição do workshop “Painel com Gestores – Estratégias para a Política de Investimentos”, no edifício-sede da Fundação, no Centro do Rio. Foram três dias de discussões enriquecedoras, reunindo especialistas em gestão de recursos, profissionais de destaque do mercado financeiro e nossa equipe de investimentos. Juntos, exploraram cenários econômicos e estratégias de alocação para diferentes classes de ativos.
“Iniciativas como essa fortalecem a governança dos investimentos da Petros — única no setor a receber classificação “excelente” pela Fitch Ratings — e ampliam nossa visão estratégica, contribuindo para a formulação de políticas de longo prazo alinhadas às melhores práticas do mercado”, destacou Gustavo Gazaneo, diretor de Investimentos da Petros.
Macroeconomia e Alocação
O primeiro dia do workshop foi dedicado a temas conjunturais. O painel da manhã, moderado por Diego Martins (gerente de análise Macroeconômica da Petros), abordou o cenário macroeconômico, com a participação de Carlos Viana (economista-chefe da Kapitalo), Felipe Tâmega (economista-chefe da Absolute Investimentos) e Tiago Berriel (estrategista-chefe no BTG Pactual Asset Management). Os especialistas trouxeram leituras complementares sobre o ciclo de desaceleração nos Estados Unidos e as medidas pontuais da China para estimular o consumo interno. Em relação ao Brasil, os convidados compartilharam expectativas para a economia e a política monetária.
Na parte da tarde, o painel sobre alocação internacional e doméstica, moderado por José Vitor (analista de Investimentos da Petros), contou com Fernando Fenolio (economista-chefe na WHG), Nicholas McCarthy (estrategista na Itaú Asset) e Marcel Katayama (portfolio manager no BTG Pactual). O debate girou em torno dos impactos do cenário global sobre ativos de risco, juros e câmbio. O foco dos especialistas convidados esteve nos Estados Unidos, onde o Federal Reserve busca cortar juros sem provocar recessão, cenário que favorece Bolsas e ativos de risco, mas ainda exige cautela diante da inflação e da política fiscal. Para o Brasil, a avaliação dos especialistas foi que o ambiente externo ajudou em 2024, mas que as questões fiscais permanecem como ponto de atenção para 2025. A visão geral foi construtiva para ativos globais e emergentes, com recomendação de prudência e diversificação nas carteiras.
Multimercado e Renda Variável
No segundo dia, os debates se concentraram nas estratégias de gestão de fundos multimercado e de renda variável. No painel da manhã, os gestores Emerson Codogno (Genoa Capital), Bruno Coutinho (Mar Asset) e Luis Portella (Novus Capital) debateram, com moderação de Alexandre Horstmann (gerente executivo de Renda Fixa e Macroeconomia da Petros) os efeitos das recentes decisões de política monetária nos EUA, Europa e Brasil, além dos impactos geopolíticos e fiscais. Em relação ao Brasil, os convidados ressaltaram que a questão fiscal será determinante para o desempenho dos ativos locais. Também refletiram sobre oportunidades em câmbio, juros e Bolsa, destacando o papel estratégico dos fundos multimercado como instrumentos versáteis para diferentes cenários econômicos.
O painel da tarde trouxe Rogério Poppe (gestor na ARX), Gabriel Raoni (gestor na IP Capital) e Marcelo Magalhães (gestor na Tork Capital), com moderação de Alexandre Ulm (gerente executivo de Renda Variável da Petros) para analisar o cenário de renda variável. Os especialistas destacaram que, apesar do ambiente externo construtivo, o risco fiscal interno continua sendo o principal ponto de atenção.
Crédito HY e Alternativos
No último dia, os debates se voltaram ao mercado de crédito e às estratégias em investimentos alternativos e ESG. No painel da manhã, de segmento de crédito high yield, participaram do debate Marcos Olmos (gestor na Vox Capital), Rafael Fritsch (gestor na Root Capital) e Fabio Oliveira (gestora na XP Asset), com moderação de Juliana Lima (gerente de Gestão de Ativos Ilíquidos da Petros). No painel da tarde, de investimentos alternativos e ESG, participaram Rafael Bassani (Spectra), Rodrigo Abbud (Pátria Investimentos) e Guilherme Monteiro (Vinci Compass), com moderação de Alexandre Miguel (gerente executivo de Governança e Ilíquidos).
Os gestores ressaltaram que o mercado de crédito brasileiro segue em expansão, mas ainda com desafios de liquidez e segurança jurídica, além de destacarem o avanço das práticas de ESG como tendência estrutural, o amadurecimento da indústria de alternativos no Brasil e a aproximação crescente aos padrões internacionais. A visão é de crescimento contínuo e maior relevância da classe na diversificação dos portfólios, dado o perfil de longo prazo dos investimentos.
Fonte: Petros, em 26.09.2025.