Maior apólice contratada tem soma segurada de 2 bilhões de dólares e protege contra as perdas do cancelamento do evento
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 serão o maior evento do planeta este ano, contando com 10.500 atletas de 206 países, envolvidos em 42 campeonatos e uma audiência global de 5 bilhões de pessoas.
E para saber mais detalhes sobre o evento, sua organização e os riscos envolvidos, os participantes do 5º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro encheram o auditório no segundo e último dia do evento, em Copacabana, para ouvirem o especialista em Segurança e Risco do Comitê Olímpico, Roberval Ferreira França e a presidente da Swiss Re Brasil, Margo Black, mediados nos debates por Saint’Clair Pereira Lima, da Bradesco Auto Re.
O primeiro a tomar a palavra foi Roberval Ferreira, que está diretamente envolvido na avaliação dos riscos contra atentados terroristas, uma das maiores preocupações da comunidade internacional com o evento, principalmente após os atentados na França e Bélgica. E, além desse, são muitos os riscos em potencial que preocupam a área de segurança, como, entre outros, epidemias, catástrofes naturais e manifestações sociais violentas. Em relação a esse último, o especialista em segurança afirmou já terem sido mapeados mais de 80 grupos potencialmente perigosos e disposto a ir às ruas, como ocorreu na época da Copa das Confederações. Já para evitar atentados com artefatos nucleares, todas as instalações olímpicas receberão detectores de radiação.

O especialista em Segurança e Risco do Comitê Olímpico, Roberval Ferreira França, o mediador Saint’Clair Pereira Lima, da Bradesco Auto Re e a presidente da Swiss Re Brasil, Margo Black.
Para dar conta dessa grande missão, foi criado um modelo operacional de segurança integrada, que contará com a participação de diversas entidades, tais como as polícias Militar, Federal, Rodoviária e Civil, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, entre outros.
A presidente da Swiss Re Brasil, em sua apresentação, falou sobre a principal apólice contratada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para o evento, de 400 milhões de dólares de exposição ao risco e uma soma segurada de dois bilhões de dólares, sendo de 900 milhões para primeiro risco.
Essa apólice, contratada junto à Swiss Re e Munich Re, visa cobrir os custos da transmissão do evento em caso de cancelamento dos jogos, considerando quatro diferentes riscos. O primeiro, o risco de atentado terrorista, que se ocorresse, por exemplo, no evento de abertura - que deve contar com cerca de 110 chefes de estado e governo - poderia levar ao cancelamento dos jogos.
O segundo risco é o de catástrofes naturais, apesar de ser pouco provável a ocorrência de um evento de magnitude tal que pudesse levar ao cancelamento.
O terceiro é o risco de pandemia, sendo a da Zika a mais preocupante, apesar de também não ser encarado como muito provável. E o quarto é o de manifestações violentas, também pouco prováveis em um nível que levasse ao cancelamento.
Apesar de todos esses riscos e desafios, os palestrantes se mostraram muito empolgados com o evento e a esperança de Roberval é que o Brasil saia-se muito bem, entrando em um círculo virtuoso de expansão, à semelhança do que ocorreu em Barcelona depois de sediar os Jogos Olímpicos de 1992. Vamos torcer!
Fonte: CNseg, em 04.06.2016.