Fonte de consulta e referência para os hospitais membros, Sensor Anahp aborda os desafios e as oportunidades da saúde no Brasil
A quarta edição do Sensor Anahp - levantamento semestral elaborada pelo Núcleo de Estudos e Análises (NEA), da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) – mostra que o cenário econômico atual exige mais prudência por parte dos empresários, principalmente dos pequenos e médios – tendência que se repete no segmento hospitalar.
O desafio das instituições hospitalares, em 2015, é contrabalançar a necessidade por fontes de financiamento para investir na ampliação das unidades, com o intuito de obter ganhos de escala e produtividade, com o aumento das taxas de juros no país – majoritariamente atreladas à taxa básica de juros, a Selic. Estas instituições precisam dispor de aporte considerável de capital de giro para não se prejudicarem, uma vez que o prazo médio de recebimento dos planos de saúde pode ser superior ao prazo médio de pagamento dos fornecedores e de salários dos funcionários – o que pode prejudicar os hospitais, com o aumento das taxas de juros.
Desenvolvido a partir dos principais indicadores macroeconômicos, o Sensor mostra que o fraco desempenho econômico do país em 2014 deixou as perspectivas para 2015 pouco animadoras: crescimento baixo, inflação alta, desaceleração econômica, entre outros fatores. Os dados apontam ainda que, para este ano, é esperada uma retração de 0,42% da economia brasileira, índice menor que a média mundial – de 3,8%.
O tímido desempenho do PIB e da economia brasileira, de forma geral, quando considerados os resultados do primeiro semestre de 2014, foram impactados pelas fortes quedas da indústria – de 1,4% - e da formação bruta de capital fixo (os investimentos) – de 6,8%. Já o setor externo apresentou resultados favoráveis, com crescimento das exportações de bens e serviços de 2,3%, ao passo que a importação caiu 0,6%.
“No Brasil, os índices de investimento estão aquém do necessário para sustentar um crescimento econômico robusto”, destaca Francisco Balestrin, presidente da Anahp.
Tributos
O Brasil é um dos países com a maior carga tributária do mundo, atingindo a marca de 36% do PIB – índice acima da média mundial, de 22%. Os hospitais privados, por exemplo, foram as responsáveis por 95,5% do total de arrecadação tributária do setor, equivalente a R$ 27 bilhões. O estudo mostra que, entre todas as atividades que compõem o setor de saúde, o segmento hospitalar foi o terceiro mais tributado em 2013 (R$ 4,2 bilhões), atrás apenas da fabricação de medicamentos para uso humano (R$ 4,5 bilhões) e de planos de saúde (R$ 4,7 bilhões).
“A reforma tributária, particularmente para o setor de saúde, seria fundamental para estimular a prestação de serviços e a geração de mais empregos na saúde, o que contribuiria para a sustentabilidade do setor no longo prazo”, explica Balestrin.
Sobre o Núcleo de Estudos e Análises (NEA)
O Núcleo de Estudos e Análises (NEA) tem como principal finalidade desenvolver avaliações macroeconômicas, com uma visão setorial do mercado de saúde.
Entre as principais atividades do NEA, está o desenvolvimento de diversos estudos, como o Sensor Anahp – publicação semestral; o Mapa de Operadoras de Plano de Saúde (MOP) – publicação anual; e o Painel Saúde em Números – publicação semestral. Além disso, a área desenvolve análises e notas técnicas referentes a temas que impactam diretamente a sustentabilidade do setor.
Fonte: WN & P, em 23.02.2015.