“No início, seis anos atrás, o nosso modelo de seleção de gestores tinha duas páginas. Hoje tem 10”, resume Tiago Novaes Villas Boas, Gerente Financeiro e de Investimentos da Ecos, chamando com isso a atenção para uma das principais características desse tipo de mecanismo, a evolução no sentido de um constante aprimoramento. Por isso mesmo, novidades serão introduzidas ainda em 2014 na Ecos, antecipa Tiago. E também na Faelba, acrescenta Francisco de Lima Moacir, Diretor de Investimentos desta segunda entidade.
Os atuais modelos de seleção de gestores de ativos tanto da Ecos quanto da Faelba atendem as necessidades atuais, mas algo de novo sempre precisa ser introduzido para atender demandas que vão surgindo. Segundo Tiago, os aprimoramentos cogitados na Ecos para 2014 deverão ir na direção de facilitar a escolha de instituições que oferecem fundos novos, ainda sem histórico para mostrar e que, por isso mesmo, requerem critérios diferenciados. É o caso também dos gestores de fundos de investimento no exterior e de private equity. “São novas necessidades que pedem uma análise mais qualitativa”, explica Tiago.
Já Francisco, da Faelba, adianta que o atual modelo de seleção de gestores de ativos de sua entidade será aprimorado sim, mas ainda não se sabe se este ano ou em 2015, mas quando acontecer a novidade virá para atender a uma demanda muito nova, a de ter de lidar com quem oferece investimentos no exterior.
Gema Martins (Petros), integrante da Comissão Técnica Nacional de Governança, sublinha um ponto em particular: “O modelo de seleção de gestores de ativos é tanto melhor quanto mais tornar transparente os critérios que fizeram a escolha recair sobre uma determinada instituição e não sobre outra”. E essa transparência, segundo ela, precisa crescer, a ponto de tornar os parâmetros adotados compreensíveis inclusive pelos não técnicos.
Conhecimento profundo - A existência de modelos próprios desse tipo ainda não é algo disseminado pelo sistema, onde muitas entidades ainda selecionam os seus gestores com a ajuda de consultores. “A verdade é que para se montar um modelo é necessário um profundo conhecimento acerca do funcionamento dos mercados financeiro e de capitais”, esclarece Tiago. E isso nem sempre é fácil de encontrar em todos os lugares.
Mas quem tem um modelo, como a Forluz, diz Antônio Carlos D´Almeida, Gerente da Assessoria de Risco da entidade, não costuma ter dúvidas sobre o benefício que este traz, a começar da demonstração cabal de que critérios técnicos claros foram utilizados na seleção do gestor, o que pode se mostrar importante se alguma coisa não der muito certo. “Caso problemas ocorram no futuro, a diretoria ficará mais confortável diante dos demais órgãos de governança no momento de justificar a sua escolha”, explica Tiago.
“Na Ecos temos modelos para todos os segmentos”, diz Tiago, referindo-se às rendas fixa e variável e até à contratação de custodiante.
Francisco nem imagina a Faelba selecionando hoje um gestor sem contar para isso com um modelo. “Sempre tivemos um”, realça ele, mas notando que diferentemente de outras entidades no seu caso não há a preocupação em fazer tudo dentro de casa. A Faelba usa as consultorias naquilo que elas tem de melhor, segundo Francisco, a capacidade de dispor de um maior volume de informações, entre outras aquelas que dizem respeito às séries históricas, especialmente as mais longas.
Contando com um modelo desses, observa Francisco, todas as fases do processo de seleção acabam sendo tecnicamente cumpridas e, como os critérios foram definidos pela própria entidade, suas demandas mais particulares serão melhor atendidas.
“E dessa forma se conhece o gestor por dentro, o que seria mais difícil de acontecer de outra forma”, assinala Francisco.
Fonte: ABRAPP, em 03.06.2014.