Antes de destacar os pontos que levaram o economista a chegar a esta conclusão, Keyton Pedreira, CEO do portal BuscaPrev – especializado em Previdência –, esclarece que a economia de R$ 50 bilhões até 2026 calculada pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, se refere à nova proposta apresentada pelo Legislativo e não à regra anteriormente em vigor.
Segundo o especialista, o Governo ignorou a enorme população de aposentados pós-fator previdenciário, perdeu a oportunidade de reduzir a diferença na aposentadoria entre homens e mulheres, e não contou com a possibilidade de que as pessoas vão iniciar uma corrida desenfreada rumo às aposentadorias.
Em primeiro lugar, Keyton aposta que muitas pessoas, pelos mais diversos motivos, como, por exemplo, necessidade financeira, vão se aposentar imediatamente. “Quem puder se aposentar, vai fazer isso já, inflacionando de novo as contas da Previdência”.
Outro aspecto que irá comprometer as contas previdenciárias é a diferenciação por gênero, “que deveria ser melhor dosada”. Segundo Keyton, “o Governo continuará beneficiando mais as mulheres, cuja expectativa de vida é maior do que a dos homens e, por isso, deverão gozar por mais tempo de suas aposentadorias”.
Além disso, ele alerta: “pouco se discutiu sobre a população aposentada recentemente, que vai pleitear a equiparação dos direitos daqueles beneficiados com a nova regra”.
“Os próximos governos irão herdar um gigantesco esqueleto judicial previdenciário. Pelo que vimos até o momento, os aspectos políticos prevaleceram em detrimento dos aspectos técnicos da questão”, argumenta.
“A equação é perigosa. Por exemplo, uma mulher com 32 anos de contribuição, de 53 anos, poderá se aposentar integralmente. Ontem, esta mulher ganharia uma aposentadoria de R$ 3.222,65. Hoje, o benefício desta mesma mulher passou para R$ 4.663,75. Quem pagará esta conta? Nossos filhos e netos? O Brasil está na contramão do mundo”, concluiu o especialista.
Fonte: VTN, em 19.06.2015.