
*Edição nº 461 da Revista da Previdência Complementar – uma publicação da Abrapp, ICSS, Sindapp, UniAbrapp e Conecta
Por Débora Diniz
Comunicação entra na agenda estratégica do sistema – A comunicação institucional deixou de ser coadjuvante e passou a ocupar o centro das estratégias do sistema de Previdência Complementar. De entidades fechadas à esfera pública, cresce o consenso de que a linguagem clara e a proximidade com os participantes são tão importantes quanto a rentabilidade das carteiras.
A diretriz é reforçada pela Portaria nº 1.725/2025 do Ministério da Previdência Social, que instituiu a linguagem simples como princípio obrigatório nas comunicações do setor público e vem inspirando mudanças também entre reguladores e entidades privadas. Em 11 de novembro, a referida Portaria, editada em 28 de agosto, foi substituída pela Portaria MPS nº 2.253/2025, que trouxe aperfeiçoamentos em sua redação e estabeleceu novo prazo para que as Secretarias do Ministério, o INSS e a Previc apresentassem ao Gabinete do Ministro um plano de ação para cumprir as determinações.
Em um país onde mais de 70 milhões de pessoas em idade ativa não contribuem para nenhum regime previdenciário, segundo o Ipea, e 28 milhões de trabalhadores ocupados estão fora de cobertura, conforme dados oficiais do Ministério da Previdência, comunicar passou a ser sinônimo de incluir.
Diretor-Superintendente da Previc, Ricardo Pena avalia que o setor começa a reconhecer a comunicação como ferramenta de gestão e de engajamento, e não apenas como suporte operacional. “As entidades estão percebendo que a comunicação precisa ser estratégica. É ela que aproxima o participante, esclarece, acolhe e informa. Quando o discurso é técnico demais, o resultado é afastamento, desinformação e, às vezes, judicialização”, afirma Pena.
Para o dirigente, a comunicação previdenciária ainda é, em muitos casos, “distante da vida real”. “Tem entidade que fala como se fosse um banco de investimento, e isso é um equívoco. O foco deve ser o participante – o trabalhador que poupa e confia na entidade para cuidar do seu futuro”, completa.
A Previc vem estimulando as entidades a adotarem planos de comunicação integrados aos planejamentos estratégicos, com transparência e clareza como eixos de governança. A autarquia também incorporou a pauta da linguagem simples em iniciativas internas, como o projeto Simplifica Previc, voltado a padronizar documentos, reduzir jargões e tornar os canais digitais mais acessíveis.
“A linguagem técnica é inevitável em alguns contextos, mas precisamos traduzi-la. Se o participante entende, ele confia; se confia, ele permanece. Comunicação ruim vira passivo reputacional”, resume Pena.
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Fonte: Abrapp em Foco, em 15.12.2025.