A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) homenageou os 80 anos do Conselho Federal de Medicina (CFM), nessa quinta-feira (11), em cerimônia de comemoração realizada na sede da autarquia, em Brasília. O superintende dos Correios em Brasília, Paulo Henrique Soares, entregou ao presidente do CFM, José Hiran Gallo, o selo postal personalizado “alusivo a essa data tão significativa e importante para o nosso país”. Gallo recebeu em mãos um álbum filatélico e uma cartela de selo “Olho de Boi”, o primeiro selo postal do Brasil e da América Latina, emitido em 1843 e que representou um marco histórico da filatelia mundial.

“O selo postal é o símbolo que ultrapassa o simples ato de franquear correspondências. Ele carrega histórias, preserva memórias e celebra conquistas que merecem ser eternizadas. Hoje, com este lançamento, os Correios registram para o Brasil e para o mundo a importância do CFM, instituição que há 8 décadas zela pela ética médica, valorização dos profissionais e qualidade da saúde oferecida à nossa população. Assim como o CFM, que se moderniza e inova, sem perder a sua essência, os Correios têm a honra de acompanhar a evolução da sociedade, sendo parceiro dessa instituição que desempenha papel essencial para a vida dos brasileiros”, declarou Soares.
Para Gallo, essa quinta-feira foi dia de celebrar não apenas os 80 anos de existência da autarquia, ao lado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, mas também de comemorar uma jornada marcada pelo compromisso inabalável com a saúde e a vida de todos os brasileiros. “O selo e o carimbo que lançamos agora são símbolos do respeito e da dignidade que a medicina inspira. Representando o trabalho incansável de cada médico, de cada conselheiro que, ao longo dessas oito décadas, dedicaram suas vidas a construir e fortalecer esta Casa”, afirmou.
Documentário – Na solenidade, o 2º secretário do CFM, Estevam Rivello, também anunciou o lançamento do documentário “CFM, 80 anos de lutas e conquistas”, que traz a missão do Conselho de construir pontes entre gerações, entre tradição e inovação e entre ética e tecnologia.

“Do pioneirismo da ilha de Cós (Grécia), as novas fronteiras digitais, o CFM segue vigilante, comprometido, reconhecendo que a defesa da vida é a essência permanente da profissão. O CFM é parte indissociável da história do Brasil e da história de cada brasileiro. São 80 anos de luta, inovação, vigilância e reinvenção. Protegendo princípios e defendendo a vida, o Conselho olha para o futuro sem perder de vista o passado. Pronto para construir, ao lado de médicos e pacientes, mais capítulos de uma das mais belas histórias do país: a história da medicina brasileira”, diz trecho do documentário.
Para Rivello, a produção, que encontrou dificuldade para registrar fatos ocorridos no passado, mudará a rotina no CFM. “Na tentativa de deixar gravado aquilo que nós tivemos dificuldade no passado, de coletar histórias e também dizer no nosso tempo como nos enxergamos, lançamos hoje parte do material que, ao longo do mês, vai estar sendo destacado nas nossas mídias para que as próximas gerações possam saber o tamanho e a grandiosidade deste Conselho Federal de Medicina, não somente com os médicos”, disse.
Reunião da Revista Bioética discute gestão científica e metas de internacionalização

Aproveitando a presença do professor Rui Nunes em Brasília para as celebrações dos 80 anos do CFM, a Revista Bioética realizou uma reunião presencial na sede do Conselho Federal de Medicina para alinhar diretrizes de gestão científica, qualidade editorial e internacionalização do periódico.
“O trabalho que os senhores fazem nessa revista é de grande relevância para os médicos brasileiros e para toda a comunidade científica. Atualmente, a Revista Bioética é, sem dúvidas, um dos destaques da atuação do CFM”, destacou ao grupo, o presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, também, editor científico da publicação.
Participaram do encontro, a conselheira federal Dilza Teresinha Ambrós Ribeiro, 3ª secretária do CFM e editora-geral da Revista Bioética; Rui Nunes, editor científico honorário da Revista Bioética e professor catedrático de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; além de integrantes da comissão editorial.
Boas práticas – Idealizada pelo CFM para fomentar o debate multidisciplinar e plural, a Revista Bioética reforçou o compromisso com a ciência aberta, ampliando a transparência de processos e a adoção de boas práticas editoriais. Na reunião, foi proposta a realização de benchmarking para comparar fluxos e indicadores com periódicos de referência internacionais, com vistas a elevar padrões e aperfeiçoar políticas editoriais.
A editora-geral informou a participação em uma imersão técnico-científica voltada a editores brasileiros de periódicos científicos, visando aperfeiçoar critérios, reduzir retrabalho em referências e acelerar etapas sem abrir mão do rigor. Também foi debatida a organização do fluxo de submissões — hoje, em número elevado — e a importância de comunicar prazos realistas, lembrando que respostas muito rápidas são, em geral, incompatíveis com avaliações de alto nível.
Ética editorial – O grupo reiterou a observância estrita das normas editoriais: não há priorização de autores ou instituições; artigos com pendências retornam para ajustes, independentemente da autoria. Foi destacada a necessidade de atenção a conflitos de interesse — especialmente quando editores figuram em artigos — e o cuidado em distribuir pareceres por áreas para qualificar a avaliação.
Diante do crescimento das submissões internacionais — com manuscritos de países como Colômbia, Peru, Equador, Nigéria, Portugal e Espanha — discutiu-se a expansão linguística, além dos já praticados em português, inglês e espanhol, estratégia vista como ponte para o diálogo com outras comunidades científicas para ampliar a visibilidade global do periódico.
A reunião registrou ainda a importância do diálogo que vem sendo estabelecido com agências e instituições de fomento e informação científica – a exemplo do CNPq, IBICT e CAPES, além de universidades brasileiras e estrangeiras, consolidando a Revista Bioética como plataforma de referência na área.
Solenidade celebra 80 anos do CFM com homenagens e defesa da qualidade da medicina
O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou, nesta quinta-feira (11), em Brasília, uma solenidade para celebrar seus 80 anos de fundação. O evento reuniu autoridades políticas, representantes de órgãos reguladores e líderes médicos, reafirmando a importância do CFM na defesa da ética, na valorização profissional e na segurança dos pacientes. Entre as autoridades que compuseram a mesa de abertura estavam o presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo; o senador Hiran Gonçalves; o deputado federal Zacharias Calil e a diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Lenise Secchin.

Em seu discurso, o presidente José Hiran da Silva Gallo lembrou a trajetória histórica da autarquia, criada em 1945, quando o Brasil contava com apenas 23 mil médicos e 14 escolas de medicina. Hoje, são mais de 600 mil profissionais e 440 faculdades em atividade. “A missão do CFM é inegociável e atemporal: proteger a medicina brasileira, defender a ética e garantir que cada paciente seja atendido com dignidade, qualidade e segurança”, afirmou. O presidente destacou ainda conquistas históricas, como a aprovação da Lei do Ato Médico, e renovou o compromisso da instituição em defesa do exame nacional de proficiência em medicina, considerado essencial para assegurar a qualidade da formação profissional.

O senador Hiran Gonçalves ressaltou a importância da união entre entidades médicas e parlamentares na defesa das prerrogativas da profissão. Ele criticou a abertura indiscriminada de escolas de medicina e a desvalorização da residência médica, classificada como “padrão ouro” da formação, e reafirmou seu apoio à criação do exame de proficiência.

Na mesma linha, o deputado Zacharias Calil alertou para os riscos da entrada de médicos formados no exterior sem revalidação e criticou as cotas na residência médica. Ele defendeu a valorização dos profissionais que honram o juramento de Hipócrates e destacou o fortalecimento do Código de Ética Médica e a aprovação, no Congresso, de medidas importantes como a lei do ato médico e a pesquisa clínica.

Representando a ANS, Lenise Secchin frisou que a agência não poderia estar ausente em um momento de reconhecimento à medicina e à ciência. “O CFM é fundamental para manter o nível de qualificação dos profissionais de saúde. Precisamos unir esforços para assegurar a melhor formação dos médicos e entregar mais saúde e bem-estar à população brasileira”, disse.

A solenidade também foi marcada por homenagens. O presidente Hiran Gallo destacou a importância dos ex-presidentes do CFM na construção da história da instituição e agradeceu ao 2º secretário, Dr. Estevam Rivello, pelo empenho na coordenação da celebração e na organização do livro e do documentário lançados especialmente para marcar os 80 anos do Conselho.
Com forte simbolismo e apelo à continuidade da missão institucional, o evento reforçou a trajetória do CFM como guardião da boa prática médica e da ética profissional, além de projetar os desafios da próxima década para a medicina brasileira. Além dos conselheiros federais, de ex-presidentes da entidade e de representantes dos Conselhos Regionais de Medicina, estiveram presentes na solenidade membros do Judiciário, da OAB, das Forças Armadas, do Ministério da Saúde e da Unimed. A ministra da Saúde de Portugal, Dra. Ana Paula Martins, também participou da solenidade, reforçando a dimensão internacional das comemorações.
Lançamento do livro comemorativo – Um dos momentos de destaque da solenidade foi o lançamento do livro “CFM 80 anos”, obra que resgata a história da entidade desde sua criação em 1945 até os dias atuais. Produzido a muitas mãos, o livro reúne registros, análises e depoimentos que mostram como o Conselho esteve presente nas principais mudanças da prática médica no Brasil, consolidando normas, defendendo o compromisso hipocrático e reafirmando a ética como pilar da profissão. Segundo o presidente Hiran Gallo, a publicação é “um marco histórico que celebra o passado, valoriza o presente e projeta o futuro da medicina brasileira”.
Fonte: Portal CFM, em 12.09.2025.