Como o mercado segurador pode contribuir para que a indústria da construção civil brasileira seja mais sustentável e resiliente, no longo prazo, em toda a sua cadeia de suprimentos? A resposta foi apresentada pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) durante o 13º Congresso Jurídico da Construção, promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), realizado em 29 de outubro, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo.
Ao lado de representantes da construção, do poder público e do meio jurídico, a participação da FenSeg reforçou o compromisso do setor segurador com o aperfeiçoamento da gestão de riscos nosempreendimentos públicos e privados, com ênfase nas soluções oferecidas pelos seguros de Riscos de Engenharia e Responsabilidade Civil Geral (RC Geral).
Os porta-vozes da FenSeg levaram ao congresso a visão técnica das seguradoras sobre contratos, responsabilidade civil e compliance, destacando a importância da cultura de prevenção para o desenvolvimento sustentável da construção civil.
Ana Medori, integrante da Comissão de Riscos de Engenharia, participou do painel sobre garantias contratuais e compliance nas obras públicas e privadas. Para ela, o seguro é uma ferramenta de estabilidade e credibilidade para todo o ciclo construtivo.
“O seguro de Riscos de Engenharia oferece segurança a todas as partes envolvidas, ao garantir que eventuais sinistros não comprometam a continuidade do projeto. Ele é um pilar de confiança entre contratantes, construtoras e investidores, fortalecendo a previsibilidade econômica, pela proteção dos danos materiais e a gestão responsável dos empreendimentos”, afirmou Ana Medori.
Já o segmento de RC Obras, vinculado diretamente à construção civil, responde por cerca de 40% da arrecadação total do ramo de RC Geral, evidenciando a forte correlação entre o desempenho do setor e a expansão dessas coberturas.
Segundo os representantes da Comissão de Responsabilidade Civil da FenSeg, esse movimento reflete a crescente conscientização das empresas sobre a importância da responsabilidade civil como um instrumento de confiança e continuidade de negócios. “O seguro de RC tem papel essencial na manutenção da confiança entre empresas, fornecedores e consumidores. Ele dá respaldo jurídico e financeiro para que o setor avance com segurança, mesmo diante da complexidade das normas e dos riscos inerentes às grandes obras”, destacou Alexandre Alves.
Esses produtos desempenham papel decisivo na proteção de obras e empreendimentos contra danos materiais, falhas de execução e prejuízos a terceiros, além de contribuírem para a solidez financeira, reputacional e operacional das construtoras e incorporadoras.
Também participou do evento Fábio Lambertucci, da Comissão de Responsabilidade Civil da FenSeg, que falou sobre Responsabilidade Civil Profissional para Engenheiros, com foco em Erros de Projetos. Ele abordou as principais coberturas, necessidades de contratação e dicas para avaliação das propostas.
“Mais do que reparar danos, o seguro de RC estimula o comportamento preventivo e a adoção de boas práticas de gestão de risco. Ao incluir também o RC Profissional, ampliamos o alcance da discussão para um tema cada vez mais relevante nas obras e nos escritórios de engenharia. Esse é um movimento que beneficia não só o setor da construção, mas toda a economia”, afirmou Fábio Lambertucci.
De janeiro a agosto de 2025, de acordo com a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), o ramo de Riscos de Engenharia registrou arrecadação de R$ 943,9 milhões, aumento de 39,9% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto os seguros de Responsabilidade Civil Geral movimentaram R$ 2,9 bilhões (+2,10%).
O Congresso Jurídico da Construção, em sua 13ª edição, consolida-se como um dos principais fóruns nacionais de debate sobre segurança jurídica, regulação e compliance no setor da construção civil, promovendo integração entre diferentes segmentos da economia e fortalecendo o diálogo entre o mercado segurador e o setor produtivo.
FenSeg participa da 2ª edição do Agro Horizonte, em Brasília
A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) participou da 2ª edição do Agro Horizonte, realizada no dia 29 de novembro, em Brasília, reunindo autoridades, pesquisadores, executivos e representantes de associações do agronegócio brasileiro.
A FenSeg foi representada por Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural, que participou dos debates sobre os desafios e oportunidades do seguro rural no atual cenário econômico e climático. O evento, promovido pela revista Globo Rural, integra o núcleo de jornalismo especializado do Grupo Globo, que também reúne os jornais O Globo e Valor Econômico, além da Rádio CBN.
“O Agro Horizonte é um espaço estratégico para discutir como o seguro rural pode contribuir para a estabilidade da produção e para o avanço sustentável do agronegócio brasileiro. Em um contexto de mudanças climáticas, restrição de crédito e novas tecnologias no campo, é essencial fortalecer o diálogo entre seguradoras, produtores, governo e o sistema financeiro”, destaca Glaucio Toyama.
Segundo dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), as companhias que atuam com seguro rural mantêm a comercialização de apólices, mas já constataram diminuição do ritmo das contratações. Até julho deste ano, a arrecadação de prêmios na modalidade agrícola, com e sem subvenção do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), caiu 17%, somando R$ 2,3 bilhões. Produtores mais capitalizados ainda contratam seguro sem subsídio, mas o aperto nas margens financeiras e o crédito mais caro têm limitado essa opção.
O representante da FenSeg participou do painel sobre tendências e instrumentos de proteção do agronegócio, ao lado de Gustavo Freitas (diretor-executivo de Negócios, Crédito e Produtos do Sicredi), José Ângelo Mazzillo Júnior (assessor da CNA) e Lloyd Day (diretor do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA), que atuará como moderador.
Nesta segunda edição, o Agro Horizonte discutiu as transformações recentes e os novos vetores de competitividade do agronegócio nacional. Em um ambiente marcado por disputas tarifárias no comércio internacional, oscilações de preços das commodities, restrição de crédito, instabilidade geopolítica e pela rápida disseminação da inteligência artificial, o evento buscou mapear tendências e caminhos para o setor — um dos pilares da economia brasileira.
Entre os palestrantes confirmados estão Ted McKinney, ex-subsecretário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e atual CEO da National Association of State Departments of Agriculture (NASDA), e André Guillaumon, CEO da BrasilAgro, entre outros nomes de destaque.
As discussões sobre inovação e tecnologia também tiveram espaço na programação, com participações de Bruno Pavão, chefe de Robótica da Solinftec, e Oscar Burd, professor da FGV e diretor da Success, empresa especializada em tecnologia da informação para a cadeia do agro.
Fonte: CNseg, em 30.10.2025