
No dia 4 de novembro de 2025, o Brasil inaugurou uma nova etapa em sua história financeira e digital. Foi sancionada a Lei nº 15.252/2025, que dispõe sobre os direitos do usuário de serviços financeiros, garantindo a portabilidade automática de salário, o débito entre instituições, a contratação digital de crédito com juros reduzidos e a obrigação de transparência nas taxas, com aviso prévio mínimo de 30 dias.
Mas há algo ainda mais importante nessa lei: pela primeira vez, um texto legal brasileiro menciona de forma expressa o termo “sistema financeiro aberto.” Com isso, o país dá o passo que faltava para consolidar a interoperabilidade financeira e digital como direito do cidadão e dever das instituições.
A norma é um divisor de águas. Ela formaliza o que o Banco Central já vinha construindo com o Open Finance e cria o alicerce jurídico que também sustenta o Open Insurance, sob supervisão da SUSEP. Em outras palavras: o Brasil passa a ter uma base legal única para conectar finanças e seguros em um mesmo ecossistema de confiança digital.
A convergência inevitável: Open Finance e Open Insurance
O Open Finance e o Open Insurance nasceram como projetos complementares: um voltado à liberdade financeira, o outro à liberdade de proteção. Ambos têm um ponto em comum: o consentimento informado e digital do cidadão.
Com a nova lei, essa ponte entre finanças e seguros deixa de ser técnica e passa a ser jurídica e operacional. O cliente que hoje autoriza a portabilidade de seu salário ou o débito de uma parcela por meio eletrônico poderá – no mesmo ambiente digital – autorizar o acesso e a gestão de seus seguros, previdência e investimentos.
Essa convergência abre um horizonte extraordinário para a intermediação profissional de seguros, pois recoloca o corretor no centro da jornada do cliente – agora, com acesso regulado, seguro e digital às informações financeiras do próprio consumidor.
O PDMIS – Plano de Desenvolvimento do Mercado de Intermediação de Seguros (2026–2035), formulado pela FENACOR, anteviu exatamente esse movimento. O Plano defende que o corretor, educado, certificado e conectado, deve ser o profissional de confiança que orienta o cidadão no ambiente de dados abertos. A Lei nº 15.252/2025, portanto, não é apenas uma lei financeira – ela é o marco que viabiliza a execução integral do PDMIS.
O corretor como agente da interoperabilidade
Por essência, o corretor de seguros sempre foi o profissional da confiança. Ele representa o cliente, interpreta riscos e traduz contratos. Com o Open Insurance – e com as Leis 14.430/2022, LC 213/2025 e 15.252/2025 – esse papel é ampliado: o corretor passa a ser também o agente de interoperabilidade, aquele que conecta seguros, previdência e finanças dentro de um mesmo fluxo digital, mediante autorização do titular dos dados.
Esse novo papel se concretiza por meio das SPOCs – Sociedades Processadoras de Ordem do Cliente, criadas pela Resolução CNSP 450/2022, recepcionadas pela Lei Complementar 213/2025 e supervisionadas pela SUSEP. A SPOC é, ao mesmo tempo, corretora e infraestrutura tecnológica: processa consentimentos, envia ordens e garante rastreabilidade das operações. E esse duplo credenciamento como Corretora de Seguros e como SPOC, passa agora a fazer toda a diferença.
Com a Lei 15.252/2025, as SPOCs passam a ser o elo natural entre o Open Finance e o Open Insurance. O mesmo cliente que autoriza digitalmente o acesso de seu corretor às suas apólices, previdência e investimentos poderá autorizar a portabilidade do seu salário, no mesmo ambiente, – tudo com segurança, logs imutáveis e transparência total. O corretor digital, operando vinculado a uma SPOC, deixa de ser apenas um intermediário e se torna gestor da jornada financeira e securitária do cliente.
A força da educação e da certificação
Há um dado simbólico e poderoso nessa transformação: a Escola de Negócios e Seguros (ENS), braço educacional da FENACOR, é autorizada a aplicar a prova de credenciamento de agentes de investimento. Isso significa que o corretor de seguros poderá, com certificação adicional, atuar também como agente Open Finance, oferecendo ao cliente uma visão integrada de proteção e investimento, com a credibilidade de quem já é certificado pela SUSEP.
Com mais de 100 mil corretores ativos em todo o país, o Brasil passa a ter o potencial de construir a maior rede de agentes Open Finance e Open Insurance do mundo – profissionais com capilaridade, credibilidade e vínculo direto com o cidadão. Essa é a essência do PDMIS: unir regulação, educação e tecnologia para capacitar o corretor como guardião da confiança digital.
O novo contrato de confiança
O PDMIS não é um plano de resistência. É um plano de evolução e protagonismo. Ele reconhece que o corretor de seguros continuará sendo insubstituível – não por tradição, mas por função. Porque a tecnologia pode calcular riscos, mas só o ser humano pode compreender o que está em jogo. O cliente do futuro não quer apenas comparar preços – quer entender o valor da proteção. E é o corretor, munido das ferramentas do PDMIS, quem será capaz de entregar essa experiência: ética, digital, transparente e humana.
A Lei 15.252/2025 complementa o ambiente regulatório perfeito para isso: exige consentimento digital prévio; obriga interoperabilidade segura; e reconhece o cidadão como titular soberano de seus dados. Essa lei transforma o que era projeto regulatório e institucional em política de Estado – e o que era oportunidade em dever profissional. O PDMIS é o caminho para que a categoria percorra essa nova estrada com segurança e liderança.
O corretor como guia confiável da nova economia de dados
Estamos entrando em uma era em que o dado é o novo patrimônio, e o consentimento, a nova assinatura. Nesse cenário, o corretor é o guia confiável – o profissional que traduz complexidade em clareza e tecnologia em propósito. É o único que pode estar ao lado do cliente quando ele toma decisões de vida e de futuro: ao contratar um seguro, investir, financiar um bem ou proteger sua família. E agora, com a Lei 15.252/2025, ele pode fazer tudo isso de forma digital, certificada e integrada. O corretor não é o passado do mercado de seguros. É o futuro da confiança no mercado financeiro e de seguros integrados.
O PDMIS como ponte entre duas revoluções
A Lei 15.252/2025 e o PDMIS formam, juntos, a ponte definitiva entre duas revoluções brasileiras: a do Open Finance, que democratiza o acesso às finanças, e a do Open Insurance, que democratiza o acesso à proteção. O corretor de seguros é o profissional que pode caminhar com segurança sobre essa ponte – com conhecimento, ética e presença humana. E a FENACOR, através do PDMIS, assegura que essa travessia seja coletiva, ordenada e sustentável.
Enquanto os sistemas se abrem, o corretor permanece. E é ele quem continuará guiando o cidadão na travessia mais importante da era digital: a travessia entre o dado e a confiança. O PDMIS é o instrumento que transforma essa nova lei em oportunidade concreta. Ele prepara o corretor de seguros para ser o guia humano da interoperabilidade financeira, aquele que entende o cliente como pessoa – e não como dado.
O futuro do seguro será digital. A confiança continuará humana. E o corretor de seguros é quem traduz essa confiança em valor e propósito.
Café CESB e ENS destaca capacitação e protagonismo feminino no mercado de seguros
Encontro reuniu executivas do setor para discutir formação profissional, liderança e o fortalecimento da rede feminina em Brasília

Foto: Divulgação
O Clube das Executivas de Seguros de Brasília (CESB) realizou, no dia 5 de novembro, o Café CESB e ENS, um encontro voltado ao fortalecimento da rede de mulheres do setor de seguros e à valorização da capacitação profissional como instrumento de crescimento e liderança. O evento aconteceu na filial da Mapfre, em Brasília, e reuniu executivas, gestoras e profissionais do mercado.
Durante o encontro, Janine Couto, coordenadora comercial da Escola de Negócios e Seguros (ENS), apresentou as diversas oportunidades de formação e desenvolvimento oferecidas pela instituição. Em sua fala, destacou a importância da educação continuada e da qualificação técnica para o avanço do setor e para o aumento da representatividade feminina em posições de liderança.
A ENS é a maior instituição de ensino especializada em seguros da América Latina, com mais de 50 anos de história. Fundada em 1971, oferece programas de graduação, pós-graduação, MBAs, imersões internacionais e certificações avançadas, sendo referência na formação e atualização de profissionais do mercado segurador. Idealizado por Regina Lacerda, presidente do CESB, o clube nasceu com o propósito de conectar e valorizar as mulheres do setor de seguros, criando um espaço de aprendizado, visibilidade e apoio mútuo. Regina também compartilhou seu depoimento como aluna da ENS, onde iniciou sua trajetória no primeiro curso para corretores de seguros de Brasília em 1989.
Desde então, realizou pós-graduação, certificações e participou da Imersão Internacional “Práticas Europeias em Distribuição de Seguros”, realizada no Porto/Portugal. Mais recentemente, atuou como professora convidada na Certificação Avançada em Gerenciamento de Riscos para Corretores de Seguros, ministrando aula sobre O Papel Consultivo do Corretor e Oportunidades para Novos Negócios.
Ela afirma que o esforço contínuo em aproveitar as oportunidades que a ENS oferece tem sido fundamental para sua evolução profissional e para o fortalecimento do mercado.
O Café CESB e ENS foi organizado pelas diretoras Raissa Rios Viana (Eventos) e Juliana Morais (Tecnologia), que conduziram a programação e contribuíram para o sucesso de mais uma edição do encontro. A iniciativa reafirma o propósito do CESB em promover conhecimento, ampliar conexões e incentivar a presença das mulheres em cargos estratégicos.
Iniciativas como essa fortalecem o papel das executivas de seguros de Brasília na construção de um mercado mais preparado, inclusivo e inovador.
Futuros corretores aprendem profissão na prática

Auditório da Unidade SP da ENS recebeu última Oficina de Negócios do Corretor de Seguros de 2025
Fotos: João Vitor Silva (Comunicação ENS)
Criada para aproximar formandos do Curso para Habilitação de Corretores de Seguros (CHCS) do mercado, a Oficina de Negócios do Corretor de Seguros é realizada duas vezes por ano e oferece uma verdadeira imersão em networking. Em sua segunda edição de 2025, a iniciativa da Escola de Negócios e Seguros (ENS) beneficiou cerca de 900 alunos do CHCS, que conheceram as oportunidades de negócios e o lado prático da profissão.
Na Unidade São Paulo, os futuros corretores tiveram a oportunidade de interagir com diversas seguradoras, conhecer portfólios de produtos, esclarecer dúvidas e expandir contatos. Participaram desta edição: Bradesco Seguros, Allianz Brasil, Sancor Seguros Brasil, Yelum Seguradora, MAG, C6Seguros, Seguro PASI, Porto e Grupo Futura União.


Além do circuito de apresentação das companhias, os alunos também concorreram a brindes sorteados pelas empresas, como adega de vinhos, cervejeira, mini frigobar, vouchers de alimentação, caixas de som e outros itens.
A abertura oficial foi realizada pela diretora de Ensino da ENS, Maria Helena Monteiro, e as atividades conduzidas pela gerente de Ensino, Simone Maiello, e pela coordenadora de Ensino, Eloise Cury.
“Um evento inspirador, que reforça a importância da formação prática, das conexões e da inovação para o futuro do mercado de seguros”, comentou Maria Helena à equipe do Acontece.



| Maria Helena Monteiro | Simone Maiello | Eloise Cury |
Encerrando o calendário de 2025, esta edição também contou com palestras de dois docentes do CHCS. A advogada Raquel Ferreira, abordou “O corretor de seguros no contexto das Cooperativas de Seguros e das Entidades de Proteção Patrimonial Mutualistas”, enquanto o professor Wesley Oliveira falou sobre “IA: uma aliada ou inimiga? Como a Inteligência Artificial pode alavancar sua corretora”.
Ambos compartilharam experiências, tendências e orientações práticas com os formandos.


| Raquel Ferreira | Wesley Oliveira |


| Allianz Seguros | Bradesco Seguros |
Fonte: ENS, em Corretor de Seguros na era do sistema financeiro aberto.