No primeiro semestre de 2025, o setor segurador registrou um avanço de 8,7% no volume pago em indenizações, benefícios, resgates, sorteios e despesas assistenciais de saúde, totalizando R$ 268 bilhões devolvidos a consumidores e empresas. No mesmo período, a arrecadação somou R$ 376,7 bilhões em prêmios de seguros, contribuições para planos de previdência, faturamento com títulos de capitalização e contraprestações líquidas de saúde, crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2024. Os dados são da Conjuntura CNseg nº123.
Entretanto, ao desconsiderar o desempenho da Saúde Suplementar, o setor apresentou, pela primeira vez em cinco anos, desde 2020, início da pandemia, resultado negativo na arrecadação acumulada. Foram movimentados R$ 206,1 bilhões, uma retração de 1,7% frente ao mesmo semestre de 2024, interrompendo o ciclo contínuo de expansão observado desde a recuperação pós-COVID19.
O contraste entre a desaceleração da arrecadação e a aceleração dos pagamentos foi influenciado principalmente pelos planos de Previdência Aberta. As contribuições para esses produtos recuaram 14,1% no acumulado do ano, enquanto os resgates e benefícios pagos avançaram 17,3% no mesmo período. Essa combinação pressionou a captação líquida, que somou R$ 6,0 bilhões até junho, queda de 80,2% em relação a 2024.
Apesar desse cenário, outros segmentos mantiveram trajetória positiva. Os seguros de Danos e Responsabilidades cresceram 7,9%, alcançando R$ 69,1 bilhões em arrecadação; os Seguros de Pessoas, que incluem produtos como Vida, Viagem e Prestamista, avançaram 8,4%, ultrapassando R$ 37 bilhões em arrecadação; e os títulos de Capitalização somaram R$ 16,9 bilhões, resultado 12% superior ao do mesmo período de 2024.
O segmento de Saúde Suplementar, por sua vez, movimentou R$ 170,6 bilhões em contraprestações líquidas no primeiro semestre, o que representa crescimento de 12,3% frente ao mesmo período do ano anterior.
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CNseg inicia construção da Casa do Seguro para a COP30 em Belém
O espaço receberá autoridades, representantes da academia e da sociedade civil em discussões sobre financiamento verde, infraestrutura resiliente, eletrificação de frotas e outros temas estratégicos
Faltando pouco mais de 60 dias para o maior evento do Clima do Mundo, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que este ano terá a 30ª edição realizada em Belém (PA), a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) iniciou a construção da Casa do Seguro. O espaço, que funcionará como a embaixada do setor segurador durante o evento, será instalado na Travessa Alferes Costa, 2828, bairro Pedreira, a poucos metros da entrada da blue zone.
Concebida para integrar um projeto amplo da CNseg, a iniciativa reúne capacitação, articulação com o poder público e advocacy, com o objetivo de destacar o seguro como instrumento central para a adaptação às mudanças climáticas. O espaço receberá autoridades, representantes da academia e da sociedade civil em discussões sobre financiamento verde, infraestrutura resiliente, eletrificação de frotas e outros temas estratégicos.
Para Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, a proposta amplia a visibilidade do setor. “O destaque ao setor na COP30 projeta internacionalmente sua relevância como instrumento de adaptação climática, e o endosso da comunidade internacional contribui para orientar iniciativas públicas e privadas, fortalecendo e ampliando a capacidade de atuação do setor frente aos desafios das mudanças climáticas”, afirmou.
Segundo o executivo, o setor segurador contribui não apenas para a proteção de empresas e famílias diante de riscos extremos, como enchentes e ondas de calor, mas também para estimular investimentos em projetos verdes, energias renováveis e ações de inclusão social. “Assim, contribui para que a transição para uma economia de baixo carbono seja abrangente e justa, beneficiando diferentes partes da sociedade, especialmente os mais vulneráveis”, destacou Oliveira.
A construção da Casa do Seguro conta com a parceria de oito empresas: Allianz, AXA, Bradesco Seguros, MAPFRE, MarshMcLennan, Porto, Prudential e Tokio Marine Seguradora. Cada uma delas abordará temas de sustentabilidade e transição climática alinhados às suas áreas de atuação, enriquecendo os debates.
“O papel dos empoderadores é promover discussões profundas e diversificadas ao longo de 11 dias de atividades, compartilhando boas práticas, experiências e soluções inovadoras. Ao agirem assim, ajudam a fortalecer o vínculo direto entre o setor e a agenda da COP30, evidenciando como as seguradoras contribuem para a resiliência climática, para uma transição justa e para o financiamento de uma economia mais sustentável”, reforçou Oliveira.
Com 1,6 mil m², o pavilhão funcionará de 10 a 21 de novembro, recebendo autoridades governamentais, lideranças empresariais, representantes de organizações internacionais e contrapartes estrangeiras da CNseg.
Inclusão e felicidade em debate: lideranças da CNseg debatem culturas mais humanas e produtivas no Dive In Festival
Como construir ambientes de trabalho mais justos, saudáveis e inovadores? Essa foi a questão que guiou o painel “Inclusão e Felicidade: Construindo Culturas Justas e Saudáveis”, realizado em 17 de setembro no âmbito do Dive In Festival 2025, um movimento global do setor de seguros para a promoção da diversidade e da inclusão como pilares de um futuro mais sustentável.
O encontro, que contou com abertura da diretora de Sustentabilidade da CNseg, Claudia Prates, e mediação do superintendente de Recursos Humanos da entidade, Maurício Seixo, reuniu também a diretora de Recursos Humanos e Sustentabilidade da Sompo, Roberta Caravieri; a diretora de Estratégia, Pessoas, Ouvidoria da Tokio Marine, Luciana Amaral; a consultora de Qualidade de Vida da Marsh Brasi, Caroline Braga Sirino, e a diretora de Saúde e Bem Estar da WTW Brasil, Renata Zerbini.
Claudia destacou que a CNseg tem trabalhado de forma consistente na promoção da diversidade: “Temos nosso Relatório de Sustentabilidade e uma Comissão de Diversidade e Inclusão que discute como ampliar a diversidade no mercado de seguros e fortalecer a sensação de pertencimento. Esse é um compromisso que levamos também para dentro da própria CNseg”, afirmou.
Já Maurício trouxe reflexões práticas sobre como transformar inclusão em resultados concretos: atrair e reter talentos, criar confiança, empoderar colaboradores e alinhar cultura organizacional às expectativas de novas gerações. Ele provocou a audiência com perguntas centrais:
“Que tipo de organização os talentos de hoje buscam? Como medir de forma contínua o impacto das ações ligadas à felicidade no trabalho? E como garantir que saúde mental seja tratada de forma preventiva e não apenas como uma questão de marketing ou obrigação legal?”.
O painel também ressaltou que a felicidade não é oposta à produtividade, mas um motor para equipes mais engajadas. Para isso, é preciso abandonar modelos autocráticos e construir culturas inclusivas que valorizem as diferenças, evitando soluções superficiais ou padronizadas.
Ao final, ficou evidente que a transformação cultural já está em curso no setor de seguros. Ainda que haja desafios, os avanços são notáveis em comparação a décadas anteriores. Como resumiu Maurício:
“A coisa mais curiosa em todos os meus anos de RH é a necessidade de convencer pessoas de que pessoas são importantes. Mas estamos no caminho certo: hoje a realidade já é muito melhor do que no passado”.
Fonte: CNseg, em 18.09.2025
