O Conselho Federal de Medicina (CFM) faz um alerta à população sobre os riscos da ingestão acidental de metanol, substância tóxica que pode estar presente em bebidas alcoólicas adulteradas. O presidente do CFM, José Hiran Gallo, classificou a situação no País como muito grave e destacou que se trata de um veneno capaz de devastar o organismo humano. A intoxicação a partir do consumo de bebidas batizadas, como gin, vodca e whisky, já provocou casos de internação grave, perda de visão e até mortes no estado de São Paulo nas últimas semanas.
O metanol é um álcool simples, incolor, inflamável e de odor semelhante ao etanol, o que dificulta sua identificação se misturado à bebida alcoólica. Usado industrialmente na produção de solventes, tintas e combustíveis, ele não deve ser ingerido em hipótese alguma. Após a ingestão, os sintomas podem surgir entre 6 e 14 horas, atrasando a percepção do envenenamento.
Entre os sinais de intoxicação, destacam-se dor abdominal, dor de cabeça intensa, náusea e vômito, visão turva, confusão mental e até convulsões. Gallo explica que casos graves podem levar à cegueira irreversível, por conta da atrofia do nervo óptico, ou até mesmo à morte. “O consumo de metanol é extremamente perigoso. Se houver suspeita, principalmente diante de dor de cabeça intensa e visão turva (sintomas que não devem ser confundidos com ‘ressaca’), a pessoa deve procurar imediatamente um serviço de emergência, onde há profissionais preparados e habilitados para atender esses efeitos adversos”, alerta.
O presidente do CFM ressalta que existe um antídoto específico para intoxicação por metanol: o fomepizol. No entanto, lembra que o medicamento não é produzido no Brasil e precisa ser importado em situações de emergência. Por isso, a prevenção é fundamental e o CFM orienta a população a manter hidratação adequada se consumir álcool e procurar imediatamente atendimento médico em caso de suspeitas e sintomas graves.
Além disso, o CFM reforça que a população pode recorrer ao Disque-intoxicação da Anvisa (0800 722 6001) para orientações emergenciais. A ligação é gratuita. Para o presidente do CFM, é essencial que o poder público intensifique a fiscalização e identifique os responsáveis pela circulação de bebidas adulteradas. “A pessoa sai para se divertir e acaba exposta a um envenenamento. É preciso descobrir e coibir está atuando de forma tão nociva no País”, afirmou Hiran Gallo.
Disque-intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina debate futuro da regulação médica no Brasil

Nos dias 30 e 31 de outubro, Salvador (BA) sediará o II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2025, reunindo lideranças do Conselho Federal de Medicina (CFM) e dos Conselhos Regionais de todo o país. O evento acontece no Gran Hotel Stella Maris Urban e terá como eixos centrais as reflexões “Que Conselho queremos?” e “Desafios de como fazer”.
A solenidade de abertura contará com a presença do presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, e do presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB), Otávio Marambaia, além de homenagens a personalidades que contribuem para a valorização da medicina no Brasil.
Ao longo da programação, serão debatidos temas estratégicos da prática e da regulação médica, como os limites éticos no uso da inteligência artificial, a publicidade profissional, a governança dos Conselhos Regionais e a comunicação com a classe. Também entram em pauta o funcionamento das Comissões de Ética Médica, o impacto da constituição de pessoas jurídicas (PJ), a defesa do ato médico frente a outras áreas e o papel do diretor técnico nas instituições de saúde.
Um dos momentos de destaque será a assinatura do Pacto pela Medicina Segura, iniciativa que reforça o compromisso da categoria com a segurança do paciente e com a valorização profissional. O encerramento do encontro terá a apresentação da Carta de Salvador, documento que vai consolidar as principais deliberações e compromissos assumidos pelas lideranças médicas presentes.
“O objetivo do evento é fortalecer a integração entre os Conselhos de Medicina, estimular o compartilhamento de experiências regionais e construir estratégias conjuntas para enfrentar os novos cenários da medicina no Brasil”, afirma o coordenador do evento e 1º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes.
Fonte: CFM, em 02.10.2025