AMB faz história em Natal: novas estruturas, mais governança
e forte atuação institucional na Medicina

A Reunião do Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), realizada em Natal (RN), entre 3 e 5 de dezembro, encerrou com três decisões centrais, que reforçam a governança, a representatividade e a organização científica da entidade: ações judiciais contra a OMB, aprovação do CMEA e implementação do novo modelo associativo.
Ação Judicial Contra a OMB
O plenário aprovou por unanimidade que sociedades de especialidade e federadas discutam internamente sua adesão como amicus curiae na ação movida pela AMB contra a Ordem Médica Brasileira (OMB). A medida busca fortalecer a defesa institucional e combater iniciativas paralelas à AMB e ao CFM.
CMEA Aprovado
Também de forma unânime, foi aprovada a Portaria do Cadastro do Médico Especialista Atualizado (CMEA), que será encaminhada ao CFM. O cadastro moderniza e padroniza a identificação dos especialistas, ampliando transparência e valorização profissional.
Novo Modelo Associativo
Com 27 votos favoráveis, 1 contrário e 3 abstenções, a AMB aprovou seu novo modelo associativo, que moderniza a vinculação de médicos à entidade.
Principais pontos:
- Vinculação: Associados das federadas passam automaticamente à AMB; associados das sociedades tornam-se membros afiliados (sem voto).
- Contribuições: Taxa contributiva para afiliados no primeiro ano; simbólica a partir do segundo.
- Benefícios: Acesso ao conteúdo científico e benefícios da AMB; federadas recebem 50% de compensação.
- Estrutura Científica: Criação de uma Diretoria Executiva do Conselho Científico, que passa a ser órgão executor.
As decisões marcam um passo importante para fortalecer a organização médica nacional, ampliando a articulação científica, a segurança jurídica e a representatividade da AMB.
Sociedade Brasileira de Cardiologia apresenta novo modelo de governança com foco em transparência e gestão colegiada durante Conselho Deliberativo da AMB

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apresentou nesta sexta-feira (5), o último dia da reunião do Conselho Deliberativo da AMB, em Natal, sua nova estrutura institucional, marcada pela adoção de um modelo de governança totalmente colegiado, mais transparente e com forte representatividade regional.
Decisões sem poder individual
No novo modelo, não existe mais presidente com diretoria executiva. A liderança estratégica é feita pelo Conselho Administrativo (CA), cuja presidência não tem poder de decisão isolado. Todas as deliberações passam obrigatoriamente pelo colegiado, abaixo da Assembleia Geral de Delegados (AGAD).
Equilíbrio regional e comitês estratégicos
O CA é formado por 10 membros, dois por região do país, com mandato de três anos e sem recondução. Ele é apoiado por sete comitês permanentes — como os de Comunicação, Pesquisa e Inovação, Relações Internacionais e Governança — responsáveis por análises técnicas e estratégicas.
Superintendência cuida da gestão operacional
A execução administrativa e orçamentária da SBC é responsabilidade da Superintendência, composta por três gerências. Essa área não interfere no conteúdo científico, que permanece sob controle dos departamentos e comitês especializados.
Estrutura científica e presença nacional
A SBC mantém 10 departamentos especializados, que reúnem especialistas em áreas específicas da cardiologia, e 24 sociedades estaduais, todas com personalidade jurídica própria, mas alinhadas cientificamente à entidade.
Regras de elegibilidade e prevenção de conflitos
A instituição implantou um fluxo rigoroso de análise de incompatibilidades e conflitos de interesse, conduzido pela CELEP e monitorado pelo CA. As novas regras passam a valer para processos iniciados a partir de 1º de janeiro de 2026.
Qualidade certificada
A SBC reforça ainda seu compromisso com qualidade e melhoria contínua, comprovado pela certificação internacional ISO 9001.
“Precisamos transformar a realidade do paciente neurológico no Brasil”, afirmou a diretora regional da Academia Brasileira de Neurologia

A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) apresentou na parte da tarde da reunião do Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), realizada em Natal, o projeto de Implementação Nacional das Linhas de Cuidado em Neurologia no SUS, uma proposta estruturante que começa a ser implantada em 2025 e busca reorganizar o cuidado neurológico em todo o país. A apresentação foi conduzida pela diretora regional da ABN, Dra. Francisca Fantini.
Segundo ela, o cenário da neurologia no SUS ainda é marcado por alta mortalidade, incapacidade e desigualdades regionais, além da falta de instrumentos adequados para a Atenção Primária à Saúde (APS).
“Hoje, o paciente neurológico enfrenta atrasos que comprometem seu prognóstico. Não podemos aceitar que o desfecho dependa do CEP”, afirmou a Dra. Francisca.
Por que o projeto é essencial?
O modelo proposto pela ABN busca atuar justamente nos gargalos presentes no sistema:
- Atraso no diagnóstico.
- Acesso desigual.
- Ausência de fluxos bem definidos.
- Sobrecarga na APS e na rede de urgência.
Dra. Francisca reforçou: “Nosso objetivo é construir caminhos claros, orientados por evidências, que permitam ao SUS oferecer um cuidado neurológico mais rápido, mais eficiente e mais humano.”
Objetivos centrais
O projeto tem metas amplas, entre elas:
- Organizar fluxos assistenciais.
- Reduzir atrasos diagnósticos.
- Apoiar APS, UPAs e hospitais.
- Melhorar desfechos clínicos e reduzir custos.
“Quando padronizamos fluxos, salvamos vidas. Quando apoiamos a Atenção Primária, evitamos internações desnecessárias. Quando investimos em diagnóstico precoce, diminuímos sequelas”, destacou a Dra. Francisca.
Metodologia e ferramentas
A proposta utiliza diretrizes, consensos, consulta a especialistas e alinhamento com o Ministério da Saúde. Ferramentas incluem:
- Fluxogramas digitais.
- Capacitações online.
- Teleconsultoria.
- Cartilhas práticas.
“A ideia é oferecer ao profissional ferramentas simples e objetivas. Não queremos complicar a rotina; queremos facilitar a assistência”, explicou a Dra. Francisca.
Além disso, pesquisas como o REDONE.br e o Observatório de Doenças Neurológicas subsidiarão decisões e políticas.
Segundo a neurologista, o foco é garantir aderência dos gestores e adaptar o projeto às realidades regionais.“O Brasil é diverso, mas o direito ao cuidado neurológico de qualidade deve ser o mesmo em qualquer lugar”, ressaltou.
A proposta coloca a ABN e a AMB em posição central no fortalecimento da neurologia no SUS.
“Estamos dando um passo histórico. Este projeto não é da ABN ou da AMB — é do paciente brasileiro. E ele não pode esperar mais”, concluiu a Dra. Francisca.
Unidade, força e representatividade: AMB apresenta novo modelo
associativo nacional na reunião deliberativa

Associação Médica Brasileira (AMB) em Natal (RN), o secretário-geral da entidade, Dr. Florisval Meinão, apresentou uma reflexão estratégica sobre o futuro do movimento associativo médico no país. Em sua exposição intitulada ‘Novo Modelo Associativo para a AMB’, ele reforçou a urgência de uma integração definitiva entre Federadas e Sociedades de Especialidades como caminho para ampliar a unidade, a representatividade e a força política da classe médica.
O presidente da AMB, Dr. César Eduardo Fernandes, acompanhou a conclusão da reunião de modo online.
A AMB como Pilar da União da Medicina Brasileira

Logo no início de sua apresentação, Dr. Florisval reafirmou o papel histórico da AMB na consolidação do movimento associativo:
“A Associação Médica Brasileira tem importância fundamental para o movimento associativo médico, atuando como o principal pilar de união, representação e fortalecimento da classe médica no Brasil”, explicou Meinão.
Ele destacou que a solidez da AMB decorre da articulação de suas 27 Federadas e 54 Sociedades de Especialidades, que, juntas, garantem capilaridade nacional, peso institucional e interlocução qualificada com todas as esferas do poder público.
“A AMB não apenas representa a classe, mas apoia e fortalece a união de suas Federadas e Sociedades de Especialidades, promovendo a interação e a troca de experiências que ampliam a capacidade de atuação de todo o sistema associativo médico”, disse.
Integração plena: O coração do novo modelo associativo
O ponto central da proposta é intensificar a integração entre Federadas e Especialidades, superando barreiras históricas e assegurando uma estrutura representativa mais moderna e funcional.
Dr. Florisval citou o Artigo 75 do Estatuto da AMB, que determina que as Sociedades de Especialidades só podem admitir novos associados previamente vinculados a uma Federada. Segundo ele, a aplicação integral dessa diretriz é essencial para garantir unidade, coerência e sustentabilidade do sistema associativo.
Reforma Estrutural: Conselho Científico Deixa de Ser Consultivo e Passa a Ser Executor
Entre as mudanças mais significativas apresentadas está a reestruturação do Conselho Científico, que deixará de ser apenas consultivo para assumir um papel direto na execução das políticas científicas da AMB.
Principais mudanças propostas:
- Novo Status – Órgão Executor
O Conselho Científico passa a ser responsável pela implementação das diretrizes e políticas científicas da AMB.
- Criação da Diretoria Executiva do Conselho Científico
A nova diretoria será eleita junto com a Diretoria da AMB e incluirá:
- Presidente do Conselho Científico
- Secretário
- 2º Secretário
- Editor da Revista Científica da AMB – RAMB
- Representação Proporcional das Especialidades
Os demais membros serão escolhidos pelas Sociedades de Especialidades, de forma proporcional ao número de associados, garantindo representatividade e equilíbrio para todas as áreas da medicina.
Atribuições Estratégicas do Novo Conselho Científico
Com autonomia ampliada, o Conselho Científico terá responsabilidades essenciais para o futuro da AMB:
- Definir diretrizes científicas para o triênio e implementá-las junto a órgãos reguladores, como ANS, além de operadoras de saúde, hospitais e unidades assistenciais.
- Designar os membros das Comissões Temáticas, como tabagismo, doenças crônicas e acidentes domésticos, coordenando suas atividades.
- Normatizar e fiscalizar o processo de concessão do Título de Especialista da AMB, reforçando critérios técnicos e padronização nacional.
Uma AMB mais forte, unida e influente
Ao encerrar sua apresentação, Dr. Florisval enfatizou que o sucesso do novo modelo associativo depende do compromisso conjunto das Federadas e Especialidades em seguir uma mesma direção: a da unidade.
A proposta trazida em Natal aponta para uma AMB mais integrada, moderna e com maior capacidade de articulação, essencial para enfrentar os desafios da medicina brasileira e fortalecer a defesa da classe no Brasil.
AMB fortalece programa de benefícios com vantagens em carros, saúde internacional e serviços

No terceiro e último dia da reunião deliberativa da Associação Médica Brasileira (AMB), realizada em Natal (RN), o Dr. Marcos Pimenta, Gerente da área de benefícios da entidade, apresentou um panorama completo das parcerias atuais e das negociações em andamento voltadas aos médicos associados. O foco da apresentação foi a consolidação de um portfólio de produtos “Triple A”, estruturado com diferenciais claros e retorno institucional compartilhado.
Um modelo baseado em três pilares
Dr. Pimenta explicou que a área de benefícios da AMB trabalha com um tripé estratégico:
1. Produtos “Triple A”
2. Diferenciais exclusivos para o associado
3. Retorno institucional: o pro labore das parcerias é dividido igualmente — 50% para a AMB e 50% para a Federada de origem do médico.
Além da manutenção e gestão dos contratos já existentes, o setor atua fortemente na prospecção de novas parcerias que tragam vantagens reais aos associados.
Benefícios em destaque
- Descontos na aquisição de veículos (Vendas Diretas/PJ)
- A AMB oferece tabelas corporativas especiais e descontos expressivos na compra de automóveis.
Planos de saúde e seguros
A AMB oferece aos associados diversas soluções em saúde e proteção financeira, incluindo:
- Planos de Saúde Coletivos por Adesão e Planos PME, por meio de corretoras como a Qualicorp e operadoras como SulAmérica, Bradesco Saúde, Amil e Hapvida.
- Seguro saúde internacional, em parceria com a Med Prime.
O produto inclui:
- Cobertura de até US$ 7 milhões
- Livre escolha de médicos e hospitais no mundo inteiro
- Acesso a medicamentos e tratamentos modernos aprovados pela FDA
Outras parcerias com MDS Brokerslink Partner e Évora Seguros disponibilizam seguro auto, residencial, vida, responsabilidade civil profissional (E&O), além de consórcios e planos odontológicos.
Turismo, educação e vantagens adicionais
A parceria com a Vojitour Group garante 5% de desconto em todos os serviços do portal, incluindo passagens, hotéis, pacotes e seguros-viagem.
Na área de formação executiva, a AMB mantém acordos com a FGV e o Instituto Simutec.
O programa de benefícios também inclui 64 lojas nacionais, como AliExpress, Carrefour, Renner, Tok&Stok e O Boticário, com possibilidade de ampliação conforme a demanda das Federadas.
Uma rede que devolve valor ao associado.

“Trabalhamos para garantir que o associado AMB tenha acesso a produtos ‘Triple A’ com diferenciais exclusivos, gerando valor direto para ele e um retorno institucional que beneficia toda a nossa rede, com 50% para a AMB, explicou Marcos Pimenta.
AMB fortalece a voz do jovem médico na reunião deliberativa em Natal

O terceiro e último dia da reunião do Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), realizado em Natal (RN), contou com a participação das Sociedades de Especialidade: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF); Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA); Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR); Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR); Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN); Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED); Academia Brasileira de Neurologia (ABN); Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB); Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará (SMC-PA); Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD); Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG); Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN); Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABEMERG); Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC); Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Entre as Federadas da AMB estiveram presentes: Associação Médica do Acre (AMA-AC); Associação Paulista de Medicina (APM); Associação Médica Brasileira – Seção Piauí (AMP-PI); Associação Médica de Pernambuco (AMPE); Associação Médica de Minas Gerais (AMMG); Associação Médica do Espírito Santo (AMES); Associação Médica Cesarense (AMC); Associação Médica do Rio Grande do Norte (AMRN); Associação Médica do Paraná (AMP); Associação Bahiana de Medicina (ABM); Associação Médica do Amapá (AMA-AP); Associação Médica do Mato Grosso do Sul (AMMS); Associação Médica de Roraima (AMRR).
Os trabalhos começaram com apresentação do presidente da Comissão Nacional do Médico Jovem (CNMJ) da AMB, Dr. Zeus Tristão dos Santos, ao lado do Diretor Institucional Lucas de Brito Costa, apresentou um painel centrado no futuro da profissão e na necessidade de dar voz à nova geração. Sob o tema “Construindo protagonismo, pertencimento e futuro”, o debate destacou a urgência de integrar jovens médicos para que decisões cruciais da medicina brasileira contem com sua participação ativa.
Demografia e o Desafio Intergeracional
A CNMJ apresentou projeções que mostram uma transformação significativa na força de trabalho médica: o Brasil deve alcançar 635 mil médicos em 2025 e ultrapassar 1,15 milhão em 2035, reduzindo a idade média dos profissionais. Esse cenário acentua desafios de comunicação entre gerações — de Baby Boomers à Geração Z — envolvendo diferenças tecnológicas, expectativas de trabalho, linguagem e valores. A Comissão reforçou a importância de empatia, diálogo e valorização das diferenças para superar essas barreiras.
Quem é o Jovem Médico e Quais São Seus Desafios
O “médico jovem” é definido como o profissional de até 40 anos ou com até 10 anos de formado — grupo que corresponde a cerca de 330 mil médicos em 2024. Entre os principais desafios estão formação, saúde mental, IA, planejamento financeiro, marketing médico e relações de trabalho. Segundo a CNMJ, a baixa participação não se deve ao desinteresse, mas à desconexão, influenciada por percepções de falta de tempo, pouca clareza no impacto real, burocracia e ausência de representatividade.
Novo Modelo Associativo: Integração e Oportunidades
A AMB e as Sociedades de Especialidade trabalham em um modelo associativo que una tradição e inovação, com governança mais colaborativa e incentivo à participação desde a graduação até a especialização. Entre os temas prioritários do jovem médico estão defesa profissional, carreira, formação, inovação, políticas públicas, tecnologia e saúde mental.
Por Que Participar?
A aproximação do jovem médico fortalece sua atuação profissional ao:
- Ter voz onde as decisões são tomadas.
- Influenciar o futuro de sua especialidade.
- Proteger sua carreira e espaço no mercado.
- Construir networking qualificado.
- Desenvolver liderança e participar de projetos de impacto.
O Ganho Real
Participar da AMB proporciona pertencimento, protagonismo, carreira estruturada, acesso a lideranças nacionais e portas abertas na entidade e nas Sociedades.
Ao final, o apelo é claro: a AMB quer e precisa dos jovens médicos ao seu lado. Só assim a representação legítima da medicina brasileira seguirá fortalecida e nas mãos de quem realmente a constrói.


Fonte: AMB, em 05.12.2025.