
A ABIMED participou, nesta sexta(10), do Seminário Regional sobre Regulação da IA, em Audiência Pública organizada pela Comissão Especial de Inteligência Artificial na ALESP.
O primeiro bloco do Seminário foi dedicado ao uso da inteligência artificial na saúde. A mesa foi composta pela presidente da Comissão Especial de IA, a deputada federal Luisa Canziani (PSD/PR), a vice-presidente da Comissão e deputada federal Adriana Ventura (Novo/SP), o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), relator do PL 2338/23, Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, o médico e presidente da Saúde Digital Brasil, Dr. Carlos Henrique Pedrotti, o Head de Relações Institucionais e Governamentais da ABIMED em São Paulo, Silvio Garcia e a gerente de Relações Governamentais da GE Healthcare, Gisele Assis, associada à ABIMED.
Após a abertura da mesa pelas deputadas federais que lideram a Comissão Especial, Luisa Canziani e Adriana Ventura, Ana Estela Haddad ressaltou a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital para promoção de acesso à saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de uma ampla fonte de dados e laboratório vivo para a IA. A secretária de Informação e Saúde Digital mencionou exemplos do uso da IA no SUS, como para a redução da mortalidade materno-infantil na Amazônia Legal, para a personalização do tratamento oncológico e como modelos para a compra pública de insumos para o Ministério da Saúde. Sobre este último, destacou que o algoritmo desenvolvido pelo Governo Federal já alcançou 82% de eficácia.
Dr. Carlos Pedrotti, da Saúde Digital Brasil, e Gisele Assis, da GE Healthcare, apresentaram exemplos práticos do uso de IA na saúde. A gerente de Relações Governamentais da GE ressaltou que a inteligência artificial já é uma realidade presente há algum tempo no setor de equipamentos e diagnósticos por imagem. “O resultado que se vê são: redução de filas, diminuição dos desperdícios de exames, diagnósticos mais precoces e tratamentos iniciados mais cedo, o que traz sustentabilidade financeira ao sistema de saúde”, reforçou Assis. Ela reiterou, ainda, a necessidade de um marco regulatório que ofereça segurança jurídica e previsibilidade, estimulando a inovação. “Precisamos garantir que grandes empresas, startups e universidades possam enxergar o Brasil como um local seguro para desenvolver e ofertar a tecnologia e inteligência artificial, sem medo de burocracias defensivas ou regras conflitantes entre os órgãos”, concluiu.
Representando a ABIMED, o head de Relações Institucionais e Governamentais em São Paulo, Silvio Garcia endossou que o setor de saúde brasileiro demanda uma regulação de IA menos prescritiva e muito mais principiológica. “Sendo principiológica, ela trará muito menos custo regulatório e maior estímulo à inovação, além de evitar conflitos e regulamentações setoriais existentes, como se houver a criação da Agência Nacional de IA, ela trará, em algum nível, conflitos de competência e duplicidade de registros com a Anvisa”, reflete Garcia.
Sobre a Comissão Especial de IA
A Comissão foi criada em abril de 2025 para debater o PL 2338/23, que dispõe sobre a regulamentação da IA no Brasil. O Seminário faz parte da agenda nacional promovida pela Comissão e é o primeiro debate organizado para ampliar a discussão com diferentes setores da sociedade em diversas regiões do país, após a primeira fase do trabalho desenvolvido pelos parlamentares, em setembro.
Nesse período, a Comissão Especial realizou 12 audiências públicas, com mais de 80 convidados. Agora, serão realizados os seminários regionais para ampliar o debate com a sociedade nas diferentes regiões do país, em encontros coordenados pelos parlamentares membros da Comissão.
Além dos seminários, segundo a própria Câmara, o trabalho da Comissão contempla um Seminário Internacional sobre IA, com data e programação ainda em definição. A ABIMED acompanha essas discussões e busca contribuir para que o setor da saúde seja beneficiado por uma regulação que respeite as informações dos pacientes ao mesmo tempo em que promova a inovação da tecnologia em saúde.
ABIMED debate tendências e inovações no Fórum Futuro da Saúde

À convite da FIA e da Produtora Brasileira, a ABIMED participou, nesta quinta-feira (09), do Fórum Futuro da Saúde. A iniciativa faz parte do Encontros com o Futuro, idealizado por Pedro Saad, CEO da Editora Brasileira, da Produtora Brasileira e do World Observatory.
Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED, participou do painel Tendências e Inovações em Saúde, ao lado do psiquiatra Daniel Martins de Barros e do diretor médico no Hospital do Amor Amazônia, Pedro Figueiredo Gama. Os participantes reforçaram a necessidade dos diferentes atores da saúde se mobilizarem para ampliar o debate. Fernando Silveira Filho ressaltou que temos todos os elementos para construir uma perspectiva melhor para a saúde no Brasil. “Vimos uma evolução importante no país desde 1988 em saúde, mas continuamos vendo os mesmos problemas, com outras dimensões”, refletiu o presidente-executivo da ABIMED. Para Fernando, a regulação é um caminho essencial para garantir o uso responsável das tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA), que já estão fortemente presentes no setor. “A Inteligência artificial aliada a tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas precisa ser regulada e monitorada. Equipamentos médicos, por exemplo, utilizam IA desde o final dos anos 1980, e por isso a regulação é essencial para construirmos a saúde do futuro”, reforça Fernando.
Questionado sobre o impacto das tecnologias para a saúde mental, Daniel de Barros explica que é recente o consenso sobre o uso inadequado e excessivo das redes sociais por crianças e adolescentes. Para o psiquiatra, há impactos negativos, mas há, também, a mudança de comportamento diante dos excessos. O médico reiterou que, da mesma forma que houve uma mudança de comportamento em relação ao cigarro na década de 1980, por exemplo, o mesmo acontece com essas tecnologias. “De um a dois anos para cá é possível dizer que ‘caiu uma ficha’ a respeito do modo como são utilizados os celulares, por exemplo, e há uma tendência para uma regulação, ou até mesmo uma autoregulação sobre o uso por pais e responsáveis”, afirma.
Pedro Gama, contextualizou as disparidades no acesso às tecnologias e inovações em regiões periféricas e distantes, como a região Amazônica. O diretor médico do Hospital do Amor Amazônia defendeu as parcerias público-privadas e o empenho de empresas de setores que se instalam nessas regiões para exploração de energia e mineração, por exemplo, para atender às necessidades e apoiar iniciativas de atenção primária à saúde. “É um problema complexo que necessita a cooperação para alcançar a sustentabilidade”, reforçou Gama.
O Fórum trouxe ainda um painel com Mariana Pimenta, gerente sênior da PwC Strategys, que apresentou indicadores sobre o uso da IA e a reinvenção da saúde com a intensificação da digitalização, destacando pontos de atenção necessários ao setor para com toda a jornada do cliente e paciente. O encontro contou também com um debate voltado às empresas de saúde e desafios do setor.
“Conhecimento Brasil”: Saber ABIMED aborda o programa CNPq sobre talentos no exterior

Na quarta-feira (08), a ABIMED realizou mais uma edição do Saber ABIMED. Desta vez, o encontro abordou o Programa Conhecimento Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O webinar trouxe a questão da possibilidade de colaboração com empresas brasileiras, para a contratação de mão-de-obra qualificada, visando reter e repatriar talentos para o país. O programa CNPq foi lançado para atrair e fixar talentos científicos no Brasil, por meio de apoio aos pesquisadores brasileiros no exterior. Além disso, incentivando retornarem ao país e a formarem redes de cooperação com instituições nacionais, impulsionando a ciência, tecnologia e inovação brasileiras.
Com isso em mente, é importante ressaltar que as empresas brasileiras concentram cerca de 30% dos mestres e doutores formados no país. Esse percentual deixa o Brasil atrás de países como Rússia, China, Alemanha, Japão e Coréia, todos com absorção superior a 50%. O evento focou em destrinchar as ações do CNPq para estimular o empreendedorismo criativo e inserir a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico nas empresas.
2ª Jornada de Governança e Compliance aborda temas estratégicos para o setor da saúde

Na quinta-feira (09), a ABIMED realizou, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a SPLaw, a segunda edição da Jornada de Governança e Compliance. O evento ocorreu presencialmente em São Paulo no auditório da FGV, que já se tornou permanente na agenda da ABIMED, e referência no setor de equipamentos e dispositivos médicos.
O evento contou com quatro painéis, nos quais foram discutidos temas estratégicos para o setor da saúde no Brasil.
O primeiro painel, Regulação de Mercados Digitais e Inteligência Artificial nos Dispositivos Médicos, reuniu Luciano Benetti Timm, Patricia Peck Pinheiro, PhD e Francisco Iran Cartaxo, com moderação de Shirley Meschke, para debater as implicações éticas, concorrenciais e regulatórias da saúde digital.
Em seguida, o segundo painel discorre sobre Governança e Compliance em Saúde: Fortalecendo a Integridade Interna em Ambientes Complexos. Contou com as painelistas Ligia Maura Costa (利吉娅·毛拉·科斯塔), Daniele Bittencourt Lopes e Lilian Lustre, sob moderação de Jorge Khauaja, trazendo reflexões sobre cultura ética, engajamento da alta liderança e compliance em cenários desafiadores.
Na parte da tarde, a terceira discussão, Compliance em Tempos de “Reshoring” de Cadeias Globais de Saúde, teve a partici pação de Reynaldo Goto, Paola Soares e Cristiana R. Luscher Castro, com moderação de Benny Spiewak. O painel abordou os riscos éticos e regulatórios em cadeias globais e estratégias de integridade diante do avanço do protecionismo.
Finalizando o evento, a quarta discussão girou em torno das práticas ESG. Intitulado ESG e Programas de Integridade: Como Aplicar na Prática em Diferentes Tipos de Empresa, o fórum reuniu André Camargo, Patricia Frossard, Roberta Codignoto e Ana Maria Malik, para compartilhar experiências sobre a construção de programas de integridade robustos em diferentes contextos corporativos.
O conteúdo completo da Jornada está disponível no canal da FGV no YouTube. Para acessar, clique em manhã – Painéis 1 e 2 e tarde – painéis 3 e 4.
Fonte: Abimed, em 10.10.2025.