Europa está mais avançada que Brasil na aplicação de Solvência 2

Christina Mueller, da Swiss Re, ressalta a importância da governança de riscos, observada por Marcos Spiguel, da SulAmérica
Enquanto a Europa já implantou o Solvência 2, o Brasil ainda está no meio do caminho. “A diferença é que os europeus começaram primeiro, há cerca de 20 anos, e, no Brasil, estamos trabalhando nessa área há apenas quatro ou cinco anos”, explica Marcos Spiguel, da SulAmérica, debatedor do painel “A abordagem da Swiss Re à gestão de riscos corporativos”, realizado no primeiro dia de evento da 7ª Conseguro, em São Paulo.
Representando a Swiss Re, Christina Mueller, que é a responsável no escritório da empresa na Suiça por fazer toda a comunicação sobre gestão de riscos, mostrou que a implantação do modelo de solvência se baseia em três pilares. No primeiro pilar, ela ressaltou a importância da adequada governança de riscos, em que se defina as responsabilidades internamente e como as normas se relacionam de forma estruturada.
Em seguida, Christina falou do segundo pilar, mostrando toda a estrutura de quantificação utilizada pela Swiss Re para medir a intensidade dos impactos desses riscos e as oportunidades que trazem à companhia. “A Swiss Re tem muito apetite de risco”, disse. Ela também apresentou os modelos próprios desenvolvidos pela empresa para quantificar os riscos da organização, não apenas com a participação do corpo operacional, como também do conselho de administração, no processo de definição das métricas e limites de riscos.
Segundo Christina, deve existir transparência na gestão de riscos, tanto por meio da divulgação interna na empresa, como pela externa, para que o público também perceba. Ela relacionou os aspectos de gestão de riscos da Swiss Re relacionados às melhores práticas, atualmente exigidas para as seguradoras pelos governos europeus.
“Serve de exemplo para o Brasil, porque o mercado europeu está mais avançado. A Susep deverá soltar novas regras e ainda temos uma longa jornada pela frente para a adequação. O desafio da Susep é implantar essas normas de forma equilibrada, porque se for em espaço de tempo curto, pode dificultar o cumprimento por parte das empresas, mas se demorar, ficarem atrasados”, disse Spiguel.
Fonte: CNseg, em 15.09.2015.