Os ativos dos fundos de pensão dos 16 maiores mercados cresceram cerca de 6% em 2014, e atingiram um novo pico de US$ 36 trilhões, segundo levantamento da Towers Watson. Em 2013, o aumento havia sido de 10%.
Desde 2004, o aumento anual médio tem sido de 6%. A tendência de crescimento nos ativos vem desde 2009, ano que essa indústria cresceu 18%, após o tombo de 22% em 2008 - quando os ativos caíram para US$ 20 trilhões. Os 16 maiores mercados de previdência complementar do mundo, que respondem por 85% do patrimônio global, de acordo com a consultoria, são Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Hong Kong, Irlanda, Japão, Malásia, México, Holanda, África do Sul, Coréia do Sul, Suíca, Reino Unido e Estados Unidos. De acordo com o estudo, os ativos das entidades correspondem hoje a 84% do Produto Interno Bruto (PIB) global, ante 54% em 2008.
No Brasil, esse percentual fica próximo aos 12%. “A formação de poupança de longo prazo no Brasil ainda é incipiente. Ao compararmos as relações dos ativos de investimento de fundos de pensão sobre o PIB, observamos que o Brasil apresenta a segunda menor taxa entre os 16 maiores países”, diz Luiz Mario de Farias, chefe de investimentos da Towers Watson no Brasil. A menor taxa é da França, de 6%, e a maior, da Holanda, de 166%.
O levantamento concluiu também que, nos últimos dez anos, os planos de contribuição definida (CD) cresceram a uma média anual de 7%, contra 4% dos planos de benefício definido (BD). Com isso, os ativos dos planos CD, dentro do patrimônio consolidado da indústria, passaram de 38% em 2004 para 47% em 2014, e “se espera que eles ultrapassem os BDs nos próximos anos”, destaca a consultoria, em comunicado.
Sobre a ascensão dos planos CD, o diretor global de investimentos da consultoria, Roger Urwin, nota que se trata de um movimento de transferência de risco para os participantes, que vão exigir melhores retornos em um mundo que oferece rentabilidades cada vez menores. Com isso, ele acredita que a direção da indústria será no sentido de otimização da cadeia de valor, com redução de despesas, via abordagens mais passivas, como o smart beta.
Essa tendência, pontua Luiz Mario, também ocorre no Brasil. “As empresas buscam formas mais efetivas de gerenciarem seus riscos sem abrir mão de oferecer um benefício tão valorizado pelos empregados como o plano de aposentadoria. Entretanto, isso significa que o mercado brasileiro enfrenta muitos dos desafios dos mercados maduros”.
Outra informação do estudo é uma tendência de redução gradual da exposição das entidades ao mercado de renda variável de seus respectivos países – em 1998, as entidades alocavam 65% em seu mercado de renda variável, hoje esse percentual está em 43%.
Fonte: Investidor Institucional, em 11.02.2015.