A Inteligência Artificial na saúde já não é mais um experimento isolado. No entanto, o setor ainda convive com dificuldade de comprovar eficácia e estruturas organizacionais que limitam o avanço tecnológico. Este diagnóstico pautou o último debate da Jornada Digital de novembro – realizada em parceria com a Invisual sob o tema “Inovação e Tecnologia”.
De acordo com os participantes, durante a discussão “Inteligência Artificial na saúde: promessa ou transformação estratégica real?”, a maior parte dos hospitais brasileiros ainda está distante da integração de dados necessário para viabilizar a IA de forma robusta. Os principais gargalos incluem: pouca integração entre sistemas assistenciais; prontuários fragmentados; dados despadronizados e pouco confiáveis; além de infraestrutura legada e frágeis mecanismos de interoperabilidade.
O encontro reuniu: Gustavo Meirelles, vice-presidente médico da Afya, fundador da Comunidade Inovação em Saúde e copresidente do Instituto Afya; Rubens Barreto, CTO da Invisual e CIO do Grupo Santa; Victor Gadelha, Head de Educação, Pesquisa e Inovação da Dasa; e Alex Vieira, CIO do Hcor e coordenador do GT de Tecnologia e Inovação da Anahp, que atuou na moderação.
Victor destacou: “A IA está deixando o nível tático e indo para a estratégia e, quando isso acontece, a organização precisa se redesenhar para colher resultado real.” Já Rubens reforçou que o cenário problemático não é usar IA, mas não revisar: “Quando falta supervisão humana, é a credibilidade do profissional, não da ferramenta, que entra em risco.”
Os participantes foram enfáticos ao dizer que não há transformação baseada em IA com soluções empurradas por uma única área. Projetos isolados não ganham adesão, não escalam e não geram valor. A tecnologia só se converte em transformação se vier acompanhada de mudança cultural, espaço para testar e segurança psicológica para errar e ajustar. Sem isso, a IA vira piloto eterno.
“A IA tira o pedreiro e transforma todos em arquitetos — mas o arquiteto precisa saber o que está desenhando, ou a construção não se sustenta.” concluiu Gustavo.
Assista à íntegra do evento: https://www.youtube.com/watch?v=udzVTy_Lk8Y
Fonte: Anahp, em 02.11.2025