Está disponível para leitura desde o início desta semana o 20º Relatório do IGI (Indicadores de Gestão de Investimentos), relativo ao quarto e último trimestre do ano passado. A notícia era aguardada especialmente pelas 181 associadas que aderiram ao serviço e cujo interesse se deve particularmente ao fato de que o universo pesquisado e analisado, nada menos de 1.179 carteiras, com patrimônio de R$ 462 bilhões , é notavelmente expressivo, em face de abranger perto de dois terços dos ativos totais do sistema hoje.
O IGI é assim um retrato do que aconteceu e o que esse verdadeiro espelho revela é que o desempenho da renda fixa no segundo semestre de 2014 contribuiu para a performance dos planos.”Especialmente as estratégias indexadas à inflação agregaram ganhos”, analisa Luiz Mário Farias, Líder de Investimentos da Towers Watson, a empresa contratada pela Abrapp para juntamente com a NetQuant produzir o documento.
Já o desempenho da renda variável, explicou, continuou impactando negativamente as carteiras, o que resultou na diminuição marginal da alocação nesse segmento do mercado. O número de planos com alocação em fundos multimercados aumentou no período para 74% dos planos participantes frente a 48%. Entretanto, tais fundos referem-se às estratégias balanceadas e aos fundos multimercados do segmento de investimentos estruturados. Assim, uma parcela desses recursos estão, de fato, alocados em renda fixa.
Com a renda fixa tornando-se mais atrativa e a variável menos, nada mais natural que os fundos de pensão se aproximassem mais da primeira e se afastassem da segunda em suas políticas de investimentos, movimentos claramente detectados pelo novo relatório do IGI.
No caso da renda fixa, o maior interesse se traduziu através especialmente de um maior investimento em fundos multimercados.
Já especificamente a renda fixa, registrou um recuo da mediana das alocações, que ficou em 50% no quarto trimestre, contra 55% no terceiro.
A mediana nas alocações em renda Variável foi de 11%, no último trimestre, no lugar dos 13% do segundo trimestre de 2014.
“Outros instrumentos”, uma categoria que inclui os investimentos estruturados, fechou o ano com mediana de 5% , o que significou estabilidade no período.
Se mantida no primeiro trimestre deste ano a alocação de ativos observada no final de 2014, diz Luiz Mário, é possível observar uma performance diferenciada nas estratégias atreladas à inflação e nas prefixadas. A renda variável contribuiu para o resultado geral da carteira, ficando em linha com os resultados da renda fixa.
Entretanto, quando se analisa o retorno ajustado ao risco no longo prazo, a capacidade de geração de alfa dos gestores em mandatos ativos em renda fixa, tanto inflação quanto prefixadas, mostra-se claramente questionável. “Já em estratégias DI ou voltadas ao crédito, é possível encontrar evidências de geração consistente de alfa”, observa.
Espelho fiel - E diga-se que o IGI é de fato um espelho fiel. Traz uma classificação dos fundos de investimento pelo que de fato mostram ser e não pelo que dizem que são em matéria de estratégia de alocação, enquanto de outro evidenciam mais claramente quais os riscos incorridos para se chegar a um determinado resultado.
De maneira que as entidades podem utilizar o IGI para comparar carteiras de fato comparáveis, alcançando com isso uma maior eficácia nas análises que fazem. Para se saber qual a estratégia seguida de fato pelo fundo de investimento, e não a meramente declarada, se usa um modelo de análise 100% quantitativa. Assim, a carteira ganha uma classificação com base na realidade de sua alocação, traduzindo o que ela de fato é.
Retorno ajustado ao risco - Além de trazer uma classificação que não se guia pela aparência, o IGI ajuda a visualizar o retorno dos fundos de investimentos ajustado ao risco. “Para isso não usamos as métricas tradicionais, tais como o Índice de Sharpe. Chegamos a isso utilizando a Teoria das Decisões Financeiras, que oferece uma visão mais abrangente e apropriada para se estabelecer comparações diretas”, nota Luiz Mário.
Para as associadas que ainda não aderiram, mas não querem perder o 21º relatório, cuja divulgação está sendo prevista para outubro próximo, recomenda-se que se escrevam, sem qualquer ônus, através de formulário que se encontra disponível no endereço http://sistemas.abrapp.org.br/igi/adesao.asp
Fonte: Abrapp, em 22.05.2015.