
Representantes das empresas seguradoras, do governo federal, da Funenseg e da Fenacor discutem alternativas de crescimento do setor de seguros
A inovação nas modalidades de venda dos produtos, como o uso da internet, e investimento em relacionamento com o cliente foram algumas das alternativas apresentadas pelos expositores
O tema central do 19º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, “Crescer e Desenvolver: o Caminho é Simples?”, foi o centro da discussão de hoje à tarde em Foz do Iguaçu (PR). O painel, mediado pelo presidente da Escola Nacional de Seguros e vice-presidente da Fenacor, Robert Bittar, contou com a exposição do presidente da federação, Armando Vergílio; presidente da CNSeg e da Bradesco Seguros, Marco Antônio Rossi; presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Roberto Westenberger; presidente do Conselho de Administração da SulAmérica, Patrick de Larragotti Lucas; do presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro, Jayme Garfinkel; e do secretário Executivo do Ministério da Fazenda, Tarcisio Godoy.
O presidente da Fenacor, Armando Vergílio, lembrou de um importante período de crise do setor, em 2008, quando esteve à frente da Susep. Naquela época, disse, compreendeu a dinâmica própria do mercado de seguros. “Um mercado que, talvez mais que qualquer outro, consegue transformar crise em oportunidade”, ressaltou. Para tanto, entende, é necessário ampliar a base do setor do ponto de vista do diálogo institucional, o que passa, dentre outras medidas, pelo fortalecimento da Susep. Uma supervisão efetiva, sobretudo preventiva do setor, é o desejável, cobrou Armando Vergílio. “Hoje, o que vemos, é apenas uma atuação da Susep apenas punitiva e de forma restrita.”
Para o presidente da CNSeg e da Bradesco Seguros, Marco Antônio Rossi, o cenário econômico atual é extremamente desafiador, por um lado, mas também oferece muitas oportunidades. “Todas as pesquisas mostram o quanto o mercado ainda pode se desenvolver. Temos um mundo de oportunidades para que seguradoras e corretoras possam avançar”, disse.
Entretanto, alertou o presidente da CNSeg, o caminho, até lá, é complexo. “Temos uma nova figura de consumidor, totalmente diferente do passado. O mundo mudou radicalmente. Como vamos vender nossos produtos e conquistar nossos clientes? Esse é um grande desafio para nós”, afirmou, lembrando que em 2016, 50% da força de trabalho será da chamada geração y, que já nasceu na era da internet.
Jayme Garfinkel, presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro, acredita que falta, no Brasil, “um plano de nação”, um projeto de longo prazo. Além disso, destaca, precisa-se haver no País uma descentralização das decisões que impactam a coletividade, bem como a desburocratização dos processos necessários ao desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços. Do ponto de vista do segurador e do corretor de seguros, ter foco naquilo que se faz é algo fundamental para se ter êxito no projeto de crescimento.
O presidente do Conselho de Administração da SulAmérica, Patrick de Larragotti Lucas, ao abordar a temática, considerou que o caminho para crescer e se desenvolver é, sim, simples, porém extremamente desafiador. O relacionamento do corretor de seguros com seus clientes e a ampliação das possibilidades em termos de produtos são também alternativas a serem consideradas para se trilhar esse caminho”, acentuou. “A definição de mercados-alvos de vocês é fundamental para o desenvolvimento”, afirmou.
Ao responder a pergunta central do Talk Show, o superintendente de Seguros Privados, Roberto Westenberger, comparou o mercado de seguros a um exército e os corretores, a uma “infantaria”, por estar na linha de frente do setor. E um exército não pode se limitar a manter suas fronteiras. Situações como o agente e a atuação marginal dentro do mercado exemplificam isso. Ao invés de reagir, o segmento precisa atuar ativamente, expandindo as fronteiras para crescer”, comparou.
O secretário Executivo do Ministério da Fazenda, Tarcisio Godoy, reforçou que o papel da indústria do seguro no Brasil tendo em vista a transformação ocorrida na pirâmide econômica nacional nos últimos anos, com a inclusão de 50 milhões de brasileiros na classe média. “Esses brasileiros precisam proteger suas conquistas. Um mercado de seguros forte e atuante permite que a população proteja a si mesmo e a seu patrimônio”, disse, destacando ações do governo federal para retomar o equilíbrio fiscal.
Lei do Desmonte
Neste sábado, a Lei do Desmonte (12.977/14), de autoria do presidente da Fenacor e ex-deputado federal Armando Vergílio, será tema do painel Acidentologia e Vitimização no Trânsito e Lei do Desmonte. Participarão das discussões Robert Bittar; o diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho; assessor da Presidência da Seguradora Líder DPVAT, Márcio Norton; presidente do diretor da Funenseg, Cláudio Contador; e o diretor Executivo e Membro da Comissão de Automóvel da FenSeg, Neival Freitas.
Fonte: SINCOR-GO, em 09.10.2015.