Com os novos cenários, bastante diferentes dos que o País vivia antes, levar educação previdenciária e financeira aos participantes transformou-se em uma prioridade maior ainda. Até porque não foram apenas os retornos proporcionados pelos investimentos que ficaram menores, mas também a maior longevidade que pressiona os planos e os gastos com a saúde que sobem ao ponto de tirar renda dos assistidos. Mais que nunca o público interno precisa ser alertado para entender como esse novo ambiente impacta o seu futuro. “Sem dúvida mais entidades com as quais trabalhamos estão implementando programas educacionais”, resume Carolina Wanderley, consultora sênior de previdência complementar da Mercer.
Nessa linha, a CBS Previdência e a Eletros acabam de decidir-se por ampliar os seus programas. A primeira optou por investir em mais ações do “CBS Perto de Você”, seu programa de educação previdenciária e financeira, aperfeiçoar seus veículos de comunicação e investir na capacitação e no desenvolvimento dos profissionais que atuam diretamente no relacionamento com os participantes.
Entre as ações que já foram realizadas, Sergio Martins Gouveia, diretor de Administração e Seguridade da CBS, destaca o desenvolvimento da cartilha “Desafios de Investimentos”. Elaborado em parceria com a área de Investimentos, o material traz informações sobre o segmento mobiliário e busca ensinar de forma clara e objetiva o que é renda fixa e variável e explicar as diferenças entre marcação a mercado e na curva. “Desde o seu lançamento, a cartilha tem sido bastante consultada pelos participantes, pois esclarece conceitos básicos relativos a investimentos que estão presentes no dia a dia da CBS e ajuda a entender os motivos que nos levaram a escolher a marcação a mercado como forma de contabilização dos ativos de parte dos planos que administramos”, explica Sergio.
Outras ações que merecem destaque foram a reformulação do “InvestPrev”, um boletim eletrônico mensal que traz o cenário econômico nacional e internacional e informações financeiras sobre todos os planos de benefícios administrados pela entidade, como rentabilidade, valor da cota e as justificativas para a performance dos investimentos no mês, além da criação da “CBS em foco”, uma revista eletrônica bimestral com matérias sobre a CBS, seus planos de benefícios, informações financeiras e o “CBS Perto de Você”, ao lado de temas como novas legislações e o sistema previdenciário em geral.
A CBS acredita ainda que ter funcionários bem informados no atendimento ao público traz mais segurança para os participantes na hora de optar pelo seu tipo de benefício. Por isso, a área de Investimentos faz mensalmente um resumo direcionado a estes profissionais com informações sobre o cenário econômico e seus impactos nos planos de benefícios. Dessa forma, a equipe que atua diretamente no relacionamento ganha mais subsídios para fazer o atendimento e transmite confiança para os participantes.
Para complementar essas ações, estão sendo feitas também diversas palestras nas plantas industriais e escritórios dos patrocinadores. Os encontros são direcionados aos diretores, gerentes e demais executivos das empresas e abordam temas como os reflexos da atual conjuntura econômica na rentabilidade da cota dos planos e os pontos críticos da gestão de investimentos, como as oscilações das taxas de juros e as características da massa de participantes dos planos. Para Sergio Gouveia esses encontros são importantes, pois ajudam a ampliar o conhecimento dos participantes sobre o trabalho e as estratégias da entidade. “A palestra aborda com clareza os principais desafios atuais da CBS com relação à gestão dos investimentos, o que proporciona mais confiança e tranquilidade para os participantes”.
Sensibilidade - Nota Carolina, da Mercer, que a sensibilidade das entidades aumentou tanto em relação à urgência de se fazer alguma coisa, que “mesmo aquelas que ainda não estão implementando programas mostram-se convencidas de que precisarão fazê-lo em algum momento”.
Por trás disso está a percepção, atestada por pesquisa da própria Mercer, de que a renda adicionada de benefícios pagos pelas entidades já não está sendo mais suficiente para pagar as contas dos assistidos. Havia antes a crença de que as despesas caiam na passagem da vida ativa para a aposentadoria. Se isso foi verdade um dia, com certeza já não é mais. A culpa disso recai em boa parte sobre os gastos para o custeio dos planos de saúde.
“30% dos assistidos gastam na aposentadoria o mesmo que ao tempo em que trabalhavam, mas 33% viram seus gastos crescerem”, registra Carolina. A pesquisa da Mercer mostra também que 49% dos aposentados continuam trabalhando.
Fonte: ABRAPP, em 10.06.2014.