Perda de beneficiários de planos de saúde desacelerou expansão das taxas, mas descasamento de resultados continua preocupante
As receitas de contraprestações do mercado de Saúde Suplementar – única fonte de recursos do segmento, proveniente das mensalidades pagas por beneficiários e empresas empregadoras – aumentaram 12,8% nos 12 meses terminados em setembro de 2015, em comparação com os 12 meses imediatamente anteriores. Já as despesas assistenciais (que englobam gastos com consultas, exames, internações, terapias e outros) cresceram 14,9%, no mesmo período analisado. A análise é da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), com base nas demonstrações contábeis que as operadoras de saúde enviam regularmente à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Observa-se significativa redução no ritmo de crescimento dessas taxas, entretanto a desaceleração foi mais forte nas receitas de contraprestações (5,0 pontos percentuais) do que nas despesas assistenciais (2,1 pontos percentuais), o que agrava a situação financeira do setor. Essa redução no ritmo de expansão das taxas reflete a retração no número de beneficiários de planos médicos, de 0,3%, no período. Esses resultados decorrem, dentre outros fatores, da piora do cenário econômico e do mercado de trabalho formal nos últimos meses.
Confira as variações percentuais 2014 x 2015:

Fontes: Documento de informações periódicas das operadoras de planos de assistência à saúde - DIOPS/ANS - Extraído em 26/11/15. Sistema de informações de beneficiários - SIB/ANS/MS - Tabnet - Extraído em 23/10/15 -
Elaboração FenaSaúde.
Despesas totais da Saúde Suplementar aumentaram 13,8% entre setembro de 2015 e setembro de 2014, e acima das receitas de contraprestações, que cresceram 12,8%
As despesas totais do setor de Saúde Suplementar – soma dos gastos assistenciais e administrativos – alcançaram R$ 143,6 bilhões e cresceram 13,8% nos 12 meses terminados em setembro de 2015, na comparação com o mesmo período encerrado em setembro de 2014. Neste mesmo período, as receitas de contraprestações somaram R$ 143,2 bilhões, um aumento de 12,8% na mesma base comparação. Dessa forma, o resultado operacional do setor foi negativo, de R$ 0,4 bilhão nos 12 meses terminados em setembro de 2015.
Alta das despesas assistenciais, de 14,9% ao ano, eleva a sinistralidade a 82,7%
A expansão das despesas assistenciais do setor de Saúde Suplementar – que totalizaram R$ 118,3 bilhões nos 12 meses terminados em setembro de 2015, ante o mesmo período findo em setembro de 2014 – elevou a sinistralidade do mercado de Saúde Suplementar para 82,7%. Considerando apenas as operadoras do segmento médico-hospitalar (medicina de grupo, cooperativa médica, seguradora especializada em saúde, filantropia e autogestão), a sinistralidade foi de 84,4%.
Provisões técnicas atingiram R$ 29,8 bilhões em setembro
O mercado de Saúde Suplementar constituiu mais de R$ 29,8 bilhões em provisões técnicas – posição até setembro de 2015. Esse montante corresponde a 20,8% das receitas acumuladas em 12 meses, período até setembro de 2015. As provisões técnicas são o lastro financeiro que formam as garantias para os riscos assumidos pelas operadoras com beneficiários de seguros e planos, e com os prestadores de serviços.
Fonte: CNseg, em 27.11.2015.