No início dos anos 2000, o mercado segurador brasileiro começou a olhar com mais atenção para um segmento cheio de brilho, riscos e grandes orçamentos: as produções artísticas, incluindo filmes, comerciais e espetáculos musicais. A Revista de Seguros da época já destacava um movimento crescente entre diretores e produtores em busca de proteção para evitar prejuízos e garantir que o show, literalmente, não parasse.
Seguro para cinema e espetáculos: um mercado ainda tímido, mas promissor
Apesar de não existir no Brasil a obrigatoriedade de apólices específicas para o setor artístico, seguradoras como Chubb, Generali e Excelsior já atuavam no nicho. A demanda vinha acompanhada de um potencial enorme: segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), não havia barreiras regulatórias, mas sim um espaço pouco explorado.
Em 2001, a Chubb importou modelos internacionais e adaptou ao cenário brasileiro. A executiva Ana Carolina Mello relatava, à época, que o segmento de entretenimento movimentava cerca de R$ 2 milhões em prêmios ao ano, mas com potencial de crescer até cinco vezes mais.
Coberturas sob medida: do show ao longa-metragem
As apólices elaboradas para o setor cobriam desde a pré-produção até a entrega da primeira cópia do filme. Uma das proteções mais procuradas era a cobertura para cancelamento de shows ou interrupções de gravações, um risco real para equipes que dependem de cronogramas apertados, locações caras e talentos de grande visibilidade.
Segundo Ana Carolina, o prêmio médio girava entre 1,5% e 3% do orçamento total da obra. Filmes como Casa de Areia e produções como Mais Uma Vez, Amor já tinham apólices customizadas, com valores segurados que chegavam a quase R$ 1 milhão.
O seguro como aliado da arte
A ampliação desse tipo de cobertura representou um avanço importante para a indústria cultural brasileira. Com equipes numerosas, cenários complexos e investimentos altos, uma simples falha técnica, doença de um ator ou imprevisto natural poderia comprometer meses de trabalho.
O seguro, então, se consolidou como uma ferramenta essencial para que a arte continuasse chegando ao público, protegida e com a garantia de que cada produção poderia seguir até o final, apesar dos riscos.
Links:
- Luz, câmera, ação: seguro no radar da indústria de entretenimento
- Seguro de Responsabilidade Civil Geral: proteção para estruturas de shows
Fonte: CNseg, em 11.12.2025