A tecnologia move o mundo, mas o que acontece quando ela para? Uma falha recente no serviço de nuvem da Amazon (AWS) gerou prejuízos estimados em US$ 5 bilhões, acendendo um alerta global. Nesta edição, falamos sobre a importância estratégica do seguro de riscos cibernéticos para garantir a continuidade e a resiliência dos negócios
Falando em resiliência, você sabe qual foi o papel do seguro na economia brasileira este ano? O Boletim Notícias do Seguro revela que o setor injetou mais de R$ 154 bilhões na sociedade até julho, por meio de indenizações, benefícios e resgates
E por falar em colocar a economia em movimento, a Toyota retomou parcialmente suas atividades nas fábricas de Sorocaba e Indaiatuba. Mas qual a conexão disso com o nosso universo? Entenda como o seguro desempenha um importante papel na gestão de riscos e na rápida recuperação das operações de grandes corporações
Ouça agora! Compartilhe e marque quem precisa estar preparado para o futuro!
O que o colapso da Amazon Web Services ensina sobre riscos digitais e seguros corporativos
- A Amazon Web Services (AWS), maior provedora de serviços em nuvem do mundo, informou ter restaurado totalmente suas operações após uma pane global de cerca de 15 horas na segunda-feira (20/10)
- O episódio reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade digital das empresas e evidenciou um ponto sensível: a ausência de proteção securitária adequada diante de falhas em provedores de nuvem
Impacto global e riscos operacionais
A interrupção afetou grandes plataformas - entre elas Venmo, Robinhood, Apple Music e TV, Zoom, Salesforce, Snowflake, McDonald’s, Epic Games e até serviços da própria Amazon, como Alexa e Ring.
Segundo a companhia, a normalização completa ocorreu por volta das 18h (horário de Nova York).
Especialistas classificam o episódio como a pior falha da AWS desde dezembro de 2021. O problema começou com uma falha em um diretório digital essencial, provocando efeitos em cascata em sistemas interconectados. Mesmo após o reparo inicial, outros subsistemas continuaram instáveis, prolongando a interrupção global.
Seguro de TI: proteção ainda insuficiente
Para o setor segurador, o incidente acende um alerta importante. As coberturas tradicionais de seguros de riscos cibernéticos e de tecnologia da informação (TI) raramente contemplam falhas em provedores terceirizados, como AWS, Google Cloud e Microsoft Azure.
Na prática, isso significa que empresas impactadas por interrupções de serviços de nuvem dificilmente conseguem acionar o seguro para obter indenização.
Segundo analistas, essas exclusões refletem a dificuldade técnica de mensurar riscos distribuídos em redes globais de infraestrutura digital. No entanto, o crescimento da economia de dados e o aumento de eventos disruptivos colocam pressão sobre o mercado segurador para desenvolver produtos mais abrangentes, voltados à resiliência digital corporativa.
SLA, prejuízos e responsabilidade compartilhada
A AWS não assume responsabilidade financeira direta pelos prejuízos de seus clientes. Os contratos de nível de serviço (SLA) preveem apenas créditos de uso futuro, sem indenização monetária.
Com isso, perdas como queda de vendas, interrupção de campanhas publicitárias e redução de audiência recaem sobre as próprias empresas, que precisam ter planos internos de contingência e estratégias de mitigação de riscos cibernéticos.
Nesse contexto, o seguro corporativo de TI ganha protagonismo. Ele se torna peça-chave na construção de uma cultura de gestão de riscos digitais, complementando a cobertura tradicional com ações preventivas e planos de continuidade operacional.
Especialistas apontam que o futuro do seguro digital passa por modelos híbridos, que combinem análise preditiva, cobertura de terceiros e inteligência artificial para prever falhas antes que elas se tornem crises.
Um novo horizonte para o seguro de tecnologia
Os recentes apagões digitais mostram que riscos tecnológicos podem gerar perdas tão severas quanto desastres físicos. Por isso, o avanço do seguro cibernético e o aprimoramento das apólices de TI são fundamentais para sustentar a economia conectada.
À medida que o mundo migra para a nuvem, a proteção securitária deixa de ser apenas uma opção — e passa a ser um elemento central da resiliência digital.
Fonte: CNseg, em 22.10.2025