4º ENA debate como o Big Data pode ajudar a controlar os custos crescentes da Saúde
A velocidade com que as mudanças estão se processando no mundo e o gerenciamento da enxurrada de informações que continuamente chegam à nuvem representam um grande desafio também para o Mercado de Saúde. O big date e tudo o que esse conceito encerra no campo estratégico e organizacional foram tratados na manhã desta quarta-feira, 16 de setembro, no painel intitulado “Big Data: a próxima etapa da revolução da informação no mercado de saúde”, no 4º Encontro Nacional de Atuários (ENA) que integra o 7º Conseguro.
A debatedora Ana Lúcia Riboli, da Bradesco Saúde, apresentou o tema, discorrendo brevemente sobre as variáveis que têm de ser consideradas no gerenciamento adequado das informações pelas operadoras de saúde. Mudanças como o envelhecimento da população, o crescimento de casos das doenças crônicas e degenerativas geradas por alteração no estilo de vida, surgimentos de novas tecnologias e sistemas, segundo ela, têm impactos nos custos das operadoras de Saúde Suplementar que, “a continuar nesse ritmo, poderá levar a um colapso do sistema”. Ela avalia que, nesse contexto, o big data representa novas oportunidades para gerenciar esses custos, mas também grandes desafios na organização das informações.
Para o professor Renato Martins Assunção, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “entramos na era da saúde digital”. Ele apresentou tendências internacionais de uso do big data, como as já aplicadas em países nórdicos: “todos os dados de todos os pacientes estão armazenados: os de saúde, os remédios que tomaram ao longo da vida, ambiente em que habitam, econômicos etc.”. Assunção admitiu que há informação demais para ser processada e, por isso, há “um longo caminho a ser percorrido nesse admirável mundo novo”.
Ele explicou que há formas de selecionar e organizar os dados disponíveis de forma a obter estimativas seguras que podem ser aplicadas ao gerenciamento de custos. O professor também salientou que a velocidade das mudanças que estão se processando no mundo também atingem a profissão médica, que passa por transformações, como o esclarecimento de dúvidas de pacientes e até consultas por meio de sites, mediante pagamento.
Dando prosseguimento ao painel, Daniela Szuster apresentou o case da implantação do big data na Unimed-BH, que conta com cerca de 1,3 milhão de clientes e mais de 5,5 mil médicos.
O processo foi iniciado com a criação da área de Análise de Informações Estratégicas, em 2007, que migrou para o Centro de Inovação, quando este foi criado, em 2014. Além de ser integrado pela área de Análise de Informações, o centro também é composto pelas de Desenvolvimento, Pesquisa e Ensino, contando com equipe multidisciplinar.
Daniela ainda abordou as diferentes aplicações do sistema adotado na Unimed-BH, como análises de qualidade e desempenho assistencial, modelos de remuneração e desvios operacionais , entre outras, citando, ainda, ferramentas, como o filtro de perfil, para estimar custos com procedimentos de alta complexidade.
Fonte: CNseg, em 16.09.2015.