Pesquisa da Mercer realizada com 93 fundos de pensão que, juntos, totalizam patrimônio de R$ 150,5 bilhões e 350 fundos sob gestão, revelou que 43% dos entrevistados avaliam aplicar no exterior em 2015. No ano passado, a proporção era de 34%. Segundo Vinicius dos Santos. assessor de investimentos na Mercer, notou-se maior tendência de fundações buscando investimentos no exterior agora, como uma forma de diversificação. "As bolsas de valores do Brasil e de fora possuem baixa correlação. Portanto, essa estratégia é mais voltada a diminuição da volatilidade na renda variável que de fato a uma busca por um prêmio maior", explica.
O mesmo estudo mostrou que 30% dos investidores pretendem aplicar em fundos multimercados, contra 18% dos pesquisados no ano passado. Já os fundos de private equity caíram de 19% para 10% na intenção de investimento, o que Santos avalia como uma variação na amostragem da pesquisa.
Outro ponto de destaque foi a queda de 17% para 6% na intenção de investimentos em fundos imobiliários. Santos explica que, por conta da volatilidade do mercado e queda no preços dos imóveis, as cotas sofreram perdas, o que fez com que investidores mais conservadores recuassem nesse segmento para o próximo ano.
Tendências para 2015
Para 2015, a maioria das fundações pretende fazer a manutenção nos investimentos no exterior para os planos de benefício definido (BD), sendo que 23% planejam aumentar esses investimentos com uma meta média de 0,5% na alocação. Em investimentos em imóveis e renda variável, 13% e 29%, respectivamente, pretendem reduzir a alocação para os planos BD, com meta de 2,5% e 9,4%. Alocações em renda fixa deve ter manutenção para 71% das fundações, com 20% planejando aumentar os investimentos e meta média de 84,7% para alocações no segmento.
Já nos planos de contribuição variável (CV) e contribuição definida (CD), Santos explica que houve uma porcentagem considerável de fundações que ainda não discutiu nenhuma estratégia de investimento, fato decorrente das incertezas econômicas dado o cenário eleitoral. Ainda assim, há uma tendência de redução em renda variável, com meta de alocação média de 14,5%, e a manutenção dos outros tipos de investimento.
Perfil dos fundos de pensão
A pesquisa aponta que 27% dos fundos de pensão entrevistados são multipatrocinados. A maioria das fundações possui plano BD, sendo que 73% deles já estão fechados para participantes.
Para investimentos em planos BD, grande parte dos fundos de pensão se baseia em estudos técnicos, seguindo também a opinião de gestores. Já para os planos CV e CD, há maior influência de gestores e consultores na decisão pela alocação.
Fonte: Investidor Institucional, 22.10.2014.