
- Cibersegurança segue como principal preocupação global, enquanto volatilidade geopolítica avança no ranking de riscos empresariais.
- A nova Pesquisa Global de Gestão de Riscos da Aon revela que os ataques cibernéticos continuam sendo a maior ameaça para empresas em todo o mundo - e devem permanecer no topo até 2028. Já a volatilidade geopolítica vem ganhando terreno rapidamente, saltando da 9ª para a 5ª posição no ranking projetado para os próximos três anos
- Segundo o estudo, que ouviu quase 3.000 líderes empresariais em 63 países, o cenário de riscos está se transformando de forma acelerada, impulsionado pela interdependência entre tecnologia, economia e meio ambiente
Cibersegurança no centro das preocupações corporativas
O risco de “ataque cibernético ou violação de dados” lidera o ranking global de 2025, seguido por interrupção de negócios e desaceleração econômica. Com o custo médio global de uma violação de dados atingindo US$ 4,88 milhões, a lacuna entre percepção e ação é alarmante: apenas 13% das empresas afirmam ter quantificado sua exposição cibernética.
“A lacuna entre percepção e ação é crítica. As ameaças digitais crescem mais rápido do que a capacidade das empresas de medi-las”, alerta o relatório da Aon.
Esse cenário reforça a necessidade de produtos cibernéticos personalizados, modelagem de risco integrada e consultoria em resiliência digital — áreas em que o setor segurador ganha protagonismo.
A ascensão da volatilidade geopolítica
Conflitos, sanções e instabilidade política estão afetando diretamente as cadeias de suprimentos, os custos operacionais e os investimentos internacionais. Na pesquisa, a volatilidade geopolítica subiu 12 posições em relação a 2023, alcançando o top 10 pela primeira vez.
Para a Aon, esse avanço mostra como os riscos geopolíticos se tornaram estruturais e interconectados com riscos econômicos e tecnológicos, exigindo resiliência estratégica e planejamento de longo prazo por parte das empresas e seguradoras.
IA e clima entram no radar das seguradoras
A previsão para 2028 traz duas novas categorias de risco que ganham destaque: Inteligência Artificial e mudanças climáticas.
A entrada da IA na lista reflete preocupações com impactos éticos, segurança de dados e automação massiva. Já o clima se consolida como um risco financeiro e sistêmico, com perdas seguradas que ultrapassaram US$ 145 bilhões em 2024, segundo a Aon.
Esses fatores reforçam a urgência de incorporar dados climáticos, previsões meteorológicas e análises preditivas na modelagem atuarial e nas estratégias de seguro paramétrico.
O papel estratégico das seguradoras
Mais do que mitigar financeiramente os riscos, as seguradoras têm hoje a oportunidade de se tornarem parceiras estratégicas das empresas na construção da resiliência corporativa.
Segundo a Aon, apenas 14% das empresas monitoram regularmente os 10 principais riscos — uma oportunidade clara para o setor de seguros oferecer serviços consultivos, mapeamento de ameaças e quantificação de exposição.
“O seguro deixou de ser um produto passivo. Ele se tornou uma ferramenta de inteligência estratégica”, destaca o relatório.
A integração entre seguro, tecnologia e análise de dados será a chave para enfrentar um ambiente onde riscos cibernéticos, climáticos e geopolíticos se sobrepõem.
Principais riscos globais (2025 → 2028)
| Posição | Risco 2025 | Posição | Risco 2028 |
|---|---|---|---|
| 1 | Ataque cibernético ou violação de dados | 1 | Ataque cibernético ou violação de dados |
| 2 | Interrupção de negócios | 2 | Desaceleração econômica |
| 3 | Desaceleração econômica | 3 | Aumento da concorrência |
| 4 | Alterações regulatórias | 4 | Escassez de materiais |
| 5 | Aumento da concorrência | 5 | Volatilidade geopolítica |
| 6 | Escassez de materiais | 6 | Alterações regulatórias |
| 7 | Falhas na cadeia de suprimentos | 7 | Interrupção de negócios |
| 8 | Danos à reputação | 8 | Inteligência Artificial |
| 9 | Volatilidade geopolítica | 9 | Mudanças climáticas |
| 10 | Fluxo de caixa e liquidez | 10 | Fluxo de caixa e liquidez |
A Aon reforça que os próximos anos exigirão adaptação imediata por parte das empresas e seguradoras. A gestão integrada de riscos, o uso de dados analíticos e a criação de soluções híbridas (Cyber + BI + Climate) serão diferenciais para quem quiser manter competitividade e resiliência em um mundo de riscos interconectados.
Fonte: CNseg, em 13.10.2025