Por Bruna Chieco
A Abrapp marcou presença no 1° Fórum de Longevidade do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), realizado nesta quinta-feira, 27 de novembro, em São Paulo, e contou com a participação de nomes importantes do mercado atuarial e segurador.
Para falar sobre o Papel da Previdência Complementar: Longevidade Segura e Inclusão Social, o Superintendente-Geral da Abrapp, Eduardo Lamers, participou de painel ao lado de Nilton Molina, Presidente do Instituto de Longevidade MAG, e moderado por Daniel Conde, Vice-Presidente do IBA.
Na ocasião, Lamers destacou que a previdência complementar fechada é um elemento crucial na estrutura de proteção social do Brasil, sendo necessária, assim, uma reforma estrutural para que este regime capitalizado, que atualmente é opcional, seja um pilar obrigatório do sistema.
Lamers apresentou os números do setor e seu principal objetivo, que é pagar benefícios a participantes e assistidos, sendo que, anualmente, as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) pagam mais de R$ 100 bilhões em benefícios.
Em contraste com o cenário global de longevidade e as mudanças no mercado de trabalho, o sistema poderia abranger uma população muito maior do que a atual, de 3 milhões de participantes ativos, 867 mil participantes recebendo benefícios e 8 milhões de brasileiros impactados. Lamers apontou que 30% da população terá mais de 65 anos em 2060, e o Brasil gasta 11% do PIB com aposentadorias, que conta atualmente com um modelo de pilar único (RGPS) que não é sustentável.
Desta forma, a previdência complementar fechada surge como uma solução para garantir renda na aposentadoria a partir da proposta de um modelo de quatro pilares como alternativa necessária: um que contempla a renda básica do idoso; o segundo, do regime de repartição; o terceiro, compulsório com capitalização individual; e o quarto, de capitalização voluntária.
Enquanto essa discussão não avança, a Abrapp vem atuando para ampliar a cobertura previdenciária a partir de propostas de políticas públicas, como a ampliação de incentivos fiscais e regulatórios; parcerias público-privadas; revisão da legislação previdenciária para simplificar adesão; e expansão para novos públicos.
Uma das propostas que vem avançando é a inclusão previdenciária de trabalhadores digitais e informais. “A ideia é trabalhar de modo inclusivo e com proteção social para uma população que tem uma cobertura precária, ou inexistente. Uma população, então, que futuramente tem um alto risco de ficar desassistida nos moldes atuais”, declarou Lamers.
Desta forma, as chamadas micro pensões seriam um meio de inserção no sistema previdenciário, criando uma jornada natural de proteção que leva à previdência de longo prazo. Lamers defendeu ainda a construção intencional do futuro, mobilizando esforços para um Brasil mais próspero, justo e seguro para seus aposentados, com a previdência complementar como elemento central dessa transformação.
Fonte: Abrapp em Foco, em 27.11.2025