Números apontam manutenção do crescimento. Reservas técnicas chegaram a R$12,3 bi em julho
A FenaSaúde acaba de lançar a 8ª edição do “Boletim da Saúde Suplementar – Indicadores Econômico-Financeiros e de Beneficiários”, com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Despesas assistenciais e mensalidades
De acordo com os números do Boletim, no primeiro semestre deste ano, a expansão das despesas assistenciais das associadas à Federação foi de 20,5% em relação ao mesmo período de 2013, chegando a R$ 19,8 bilhões.
Já as receitas com mensalidades das associadas à FenaSaúde cresceram em ritmo inferior ao das despesas assistenciais. No mesmo período, receitas aumentaram em 17,2%, somando, no primeiro semestre de 2014, R$ 23,8 bilhões.
A expansão mais acentuada das despesas assistenciais tem relação com a crescente incorporação de novas tecnologias médicas - uma decisão, em muitos casos, feita de forma acrítica -, com o aumento do custo de materiais e medicamentos e também com a judicialização, frequentemente garantindo a um bom número de beneficiários de planos de saúde procedimentos que, por sua livre escolha, não foram contratados ou que não estão previstos em normas da ANS, concessões que geram desequilíbrio nas contas do setor - afirma Sandro Leal Alves, Gerente-geral da FenaSaúde.
As 26 operadoras de planos e seguros de saúde afiliadas à FenaSaúde haviam constituído R$ 12,3 bilhões em reservas técnicas até junho de 2014. O montante equivale a 48,7% do total de reservas de todo o setor de Saúde Suplementar, embora as associadas à Federação detenham 37,3% dos beneficiários desse mercado.
Beneficiários
As 26 operadoras associadas à FenaSaúde totalizaram 26,9 milhões de beneficiários de planos médicos e exclusivamente odontológicos em junho deste ano, um aumento de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2013. As afiliadas são responsáveis pela cobertura de 37,3% dos assistidos pela Saúde Suplementar, representando 2% do total de operadoras ativas no mercado.
Dados da ANS referentes a junho apontam que o número de beneficiários dos planos de assistência médica de operadoras do mercado cresceu 3,7% em relação ao mesmo período de 2013, no total de 50,9 milhões de brasileiros cobertos pelo setor privado de saúde. Na avaliação da entidade, o crescimento está dentro do esperado para o segmento, que deve fechar o ano com expansão próxima de 3%.
Nos últimos 12 meses terminados em junho de 2014, o setor de Saúde Suplementar absorveu 3,5 milhões de beneficiários - 1,8 milhões nos planos de assistência médica e 1,6 milhões nos exclusivamente odontológicos, superando 72 milhões de beneficiários. O levantamento mostra, ainda, ritmos de crescimento para os planos exclusivamente odontológicos, com expansão do número de beneficiários em 8,4% na comparação com o mesmo período de 2013, somando 21,1 milhões de pessoas.
"Este crescimento do número de beneficiários da Saúde Suplementar está relacionado à maior competição por mão de obra, o que faz com que pequenas e médias empresas passem a oferecer este tipo de benefício como forma de retenção de seus colaboradores", explica Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde. De acordo com o Guia Salarial 2013, parceria da consultoria Hays com o Instituto Insper, 94,5% dos empregadores consideram os benefícios não salariais uma ferramenta importante para o recrutamento e a retenção de profissionais.
A análise da FenaSaúde aponta que as seguradoras especializadas em saúde lideraram o crescimento do mercado de planos de assistência médica, com incremento de 7,4% em junho de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior. Cooperativas médicas cresceram 4,6% e medicinas de grupo, 3,9%. Desde junho de 2011, as seguradoras são a modalidade de operadoras que mais avança no mercado de Saúde Suplementar.
A contratação de planos médicos individuais aumentou 2,66% em relação a junho de 2013 - a maior expansão para este tipo de plano registrada desde 2011. O número de beneficiários deste tipo de contratação é de 10,2 milhões nos planos médicos, 19,8% do total de vidas do mercado de Saúde Suplementar.
Fonte: FenaSaúde, em 13.10.2014.