Por Jorge Wahl
Um palco à altura da importância que o sistema de fundos de pensão tem na vida brasileira e do desafio que é não perdê-la, tão urgente e imediata se mostra a tarefa de enfrentar demandas inadiáveis e para as quais é preciso mais que nunca encontrar as respostas. Assim define o Presidente José Ribeiro Pena Neto a visão que se tem do 36º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão nos poucos dias que antecedem a sua abertura, na próxima quarta-feira (7). José Ribeiro se refere naturalmente à Brasília e ao fazê-lo reafirma o acerto que foi escolher a cidade para sediar o nosso maior evento.
Afinal, se o sistema queria uma cidade onde cumprir uma tarefa que reconhece como inadiável, a de se mostrar visível como nunca perante a sociedade brasileira, usando essa visibilidade para marcar na agenda as suas prioridades, não poderia ter feito uma escolha melhor. “Centro político e palco natural dos fatos a partir dos quais a sociedade brasileira forma em boa parte a sua opinião, a Capital Federal é o lugar certo dos grandes eventos”, resume José Ribeiro.
E o que se tem para afirmar nesse palco armado no novo e maior centro de convenções de Brasília, está longe de ser trivial. E a primeira mensagem, claro, é afirmar a extraordinária evolução do sistema em matéria de gestão, governança, controles, transparência, técnica apurada e, mais que tudo, a sabedoria que seus dirigentes revelam ao se saberem portadores de uma missão de longo prazo. Num País culturalmente ainda apegado a horizontes curtos de tempo, viver ciclos medidos em várias décadas, como é o caso do segmento fechado da previdência complementar, é algo que com facilidade escapa à percepção do brasileiro comum e, não raro, até de formadores de opinião. “Não nos prestamos a funcionar como instrumentos financeiros de curto prazo, temos orgulho de nossa natureza previdenciária e, dessa forma, o objetivo é a aposentadoria e não o ano que vem”, sinaliza José Ribeiro.
Contagem do tempo - O que faz pensar, nota José Ribeiro, que o tempo é para os fundos de pensão a medida que deve orientar quase tudo, desde a avaliação dos resultados auferidos nos investimentos, uma vez que não cabe ficar comparando as rentabilidades do mês contra um passivo longo e, tampouco, cobrar ajustes dolorosos e imediatos de entidades perfeitamente equilibradas em face de seus compromissos futuros.
Não será por acaso, portanto, que a temática do tempo estará presente em dois momentos já do primeiro dia: na “Palestra Magna”, cujo tema é “O Dilema do Resultado de Curto Prazo e a Visão de Longo Prazo” e, na primeira plenária, voltada para discutir “O Tempo é o Oxigênio dos Fundos de Pensão”.
Muitos subsídios - Como sempre, as grandes teses expostas vão estar apoiadas em estudos aprofundados e se servir de valiosos subsídios, até para as ideias poderem prosperar e alçar vôo. Lembra José Ribeiro que o 36º Congresso assistirá a divulgação de dois importantes trabalhos. Um deles, produzido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas e que vai enriquecer o debate sobre o que precisa ser feito para o Brasil poupar mais e melhor, utilizando para isso o potencial de sua previdência complementar fechada. O material mensura o potencial do sistema de fundos de pensão e o custo versus benefícios que o Estado brasileiro teria ao adotar políticas que permitam viabilizá-lo. Outro estudo, este elaborado pela consultoria global TNS, trará os resultados de uma pesquisa conduzida no Brasil junto às empresas patrocinadoras atuais e potenciais, bem como entidades profissionais que já instituíram planos ou que potencialmente podem fazê-lo. Todos foram ouvidos sobre o que, em seu entendimento, pode ser feito em favor do fomento da previdência complementar fechada.
Um evento de tal envergadura, capaz de reunir perto de 3.500 pessoas e reconhecido como um dos maiores do Mundo no segmento da previdência complementar, só pode estar associado a um sistema vitorioso e que quer permanecer assim, avançando mais sempre que possível. A observação é de José Ribeiro, que na sequência lembra o quanto esse êxito é natural.
Ajudar a lembrar - “Nem sempre as pessoas lembram, mas os fundos de pensão são o fruto da cultura de empresas patrocinadoras que se inscrevem entre as maiores do universo empresarial brasileiro e, ao lado delas, de instituições profissionais que instituíram planos exatamente porque estão entre as mais avançadas do País”, reforça José Ribeiro, vendo nisso um dos principais segredos do sucesso conseguido pelas entidades. E não só isso, porque o Presidente da Abrapp não esquece o muito que os trabalhadores, colaboradores de algumas das mais completas organizações e por isso mesmo profissionais que tendem a ser altamente qualificados e bem informados, vem contribuindo para o êxito de suas entidades.
Brasília, palco que estará ganhando vida daqui a alguns dias, há algumas semanas recebe a visita de José Ribeiro que, acompanhado do Diretor Dante Scolari e de outros especialistas, reúne-se com parlamentares com a missão de oferecer-lhes um quadro geral do sistema, de seu pensamento e potencial, mostrando o muito que pode fazer pelo País, se forem criadas as condições para isso. Com os anfitriões, geralmente integrantes das comissões criadas na Câmara, é deixado um farto material de leitura, onde pode se ver aquilo em que o Brasil tem condições de se tornar um dia.
Fonte: Abrapp, em 02.10.2015.